Desde 2013 assistimos ao Brasil sair às ruas – um fenômeno que contaminou o País e, em larga medida, interferiu (e interfere) na pauta política nacional.
E a pergunta que se impõe, neste instante histórico, é uma só:
O que essa multidão que marcha pelos asfaltos quer para o Brasil?
Esta semana recebi algumas respostas.
Elas vieram direto de Rogerio Chequer, líder do Movimento Vem pra Rua, expostos em uma reunião reservada na Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília.
E os dados colhidos e monitorados pelo movimento sinalizam em duas direções:
O Brasil que sai às ruas deseja o despertar de um insuspeito e latente sentimento de patriotismo.
E, principalmente, deseja um País mais ético.
Um querer que – diga-se de passagem – não está atrelado a agrupamentos políticos. E também não tem um rosto, uma feição; nome ou sobrenome.
Pois o Brasil que sai às ruas não tem ídolos; não têm líderes; não personifica suas esperanças.
Não sabe sequer que nome deve ungir nas urnas de 2018.
Esse Brasil só sabe o que não quer: não quer mais do mesmo; não quer manter a política tradicional; não quer continuar sendo reconhecido como o país da Lei de Gerson, que tenta sempre levar vantagem.
O que estamos assistindo, no frigir dos ovos, é o emergir de uma nação disposta a cultuar valores mais sólidos.
Chequer não tem dúvida: a nova geração terá redobrada (diria até quase inédita) preocupação com as questões éticas.
E quem quiser que corra o risco de não ouvir as vozes das ruas.
Eu as ouço.
E o que escuto reforça a responsabilidade de minha missão como orientador da linha editorial do maior sistema de comunicação da Paraíba – exigindo habilidades de convencimento e engajamento de nossas equipes na aplicação dessa diretriz.
E minha orientação é uma só para todos os integrantes da família Correio:
aprimoramento e foco na valorização da ética – despertando o espírito de corpo e reforçando o time no propósito de confluência desses valores.
E como é bom assistir à aceitação plena e exultante de uma equipe ao final de uma reunião em que se conclama o culto à verdade!
O que lhes oriento, e o que recebo em resposta, é uma declaração em alto e bom som: basta com a tolerância a falta de caráter!
Esse é um dever que exercerei, a partir daqui, com redobrada atenção.
Não transigirei na meta de reproduzir, nas nossas práticas, a essência do nosso lema – jornalismo com ética e paixão; responsabilidade com credibilidade.
Dentro dos nossos limites, esta é a regra. No nosso território, esta é a sentença.
E ninguém – a partir de mim mesmo – está autorizado a transgredi-las.
Sei que tenho muito que fazer.
Diante desses olhos mais atentos, descortina-se arestas a aparar; rumos a corrigir.
E o farei.
Embalado pelo que escuto.
Movido pelo que enxergo.
Animado com o legado que construímos aqui e agora – deixando como herança um jornalismo que ouve atentamente o bradar dessas vozes nas ruas.
Pois, digam o que disserem, sempre estarão mais próximas da verdade.