Ao longo da vida, o nosso corpo passa por transformações relacionadas ao envelhecimento, que também se refletem na pele. Com o passar dos anos, a pele pode se tornar mais fina e mais seca, com mudanças na superfície e na coloração, e com perda de componentes importantes para sua sustentação, como o colágeno.
Essas transformações são influenciadas não apenas por fatores genéticos, mas também pelos hábitos de vida. Assim, ter uma alimentação saudável, ingerir quantidade suficiente de água, praticar exercícios físicos regularmente, não fumar, evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e fazer o controle das doenças crônicas são fatores que contribuem para minimizar os aspectos negativos que acompanham esse processo natural.
As medidas de proteção solar são fundamentais, visto que a radiação solar danifica a pele tanto de forma direta quanto através da produção de “radicais livres”, e esse dano é cumulativo, estando relacionado não apenas ao envelhecimento, mas também ao câncer de pele. Por isso, o uso de protetor solar deve ser estimulado desde a infância, tanto na face quanto nas demais áreas expostas.
Para manter a saúde da pele, sua limpeza diária deve ser suave, e em casos de excesso de oleosidade, ressecamento ou sensibilidade, são indicados produtos para higiene específicos para cada uma dessas situações. O uso de hidratantes logo após o banho contribui para o fortalecimento da barreira cutânea. O contato direto com substâncias irritantes, principalmente aquelas usadas nas atividades domésticas de limpeza, deve ser evitado ao máximo, para preservar a integridade da pele.
Existem tratamentos que podem atenuar os efeitos do envelhecimento cutâneo, regulando a proliferação das células, combatendo os “radicais livres”, controlando as alterações da pigmentação e estimulando a produção de colágeno. Esses tratamentos são indicados pelo médico dermatologista de acordo com aspectos como idade, sexo, tipo e região da pele, presença de dermatoses, como acne, rosácea, melasma, dermatite atópica, dentre outras, hábitos de vida, características ambientais, como clima, época do ano e intensidade de exposição solar, além de levar em conta as expectativas de cada pessoa individualmente.
Os benefícios do cuidado contínuo da pele incluem a manutenção da sua integridade e das suas funções e a prevenção de doenças cutâneas e do envelhecimento. Contudo, esses benefícios vão além da saúde física, pois os momentos diários de autocuidado com o olhar voltado para si mesmo proporcionam uma oportunidade para o relaxamento, para desacelerar a mente e para o autoconhecimento e a autoestima, contribuindo para a manutenção da saúde mental.
*Joanne Ferraz é médica com residência médica em Dermatologia, mestrado e doutorado em Medicina Tropical e é associada titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É professora titular do curso de Medicina do Unipê.