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Especialistas defendem alimentos naturais para pets

Não é difícil encontrar proprietários de bichos de estimação preocupados com a alimentação ideal para eles. A desconfiança em manter a nutrição apenas com as rações preparadas industrialmente esbarra no conhecimento a respeito de comida para humanos que pode ou não ser dado aos cães e gatos.

A alimentação natural é defendida por muitos que querem complementar e dar maior prazer aos bichinhos. Enquanto isso, a venda de ração registrou um aumento em todo o país de 3,2%, saltando de 2,50 milhões de toneladas em 2016 para 2,58 milhões de toneladas no ano passado, segundo previsão do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).

A engenheira agrônoma, Carla Sousa, 48 anos, tem dois cachorros. A da raça shitzhu, Luna, e o da raça yorkshire, Zuck, ambos com cinco anos, recebem apenas ração do tipo super Premium, considerada pelos profissionais da área como a mais completa, mas também comem frutas e legumes.

“Eu sempre dou frutas, legumes e verduras, como banana, melancia, melão, maçã, pêra,
cenoura, batata doce. Já com intervalos bem maiores, eu dou ovo cozido e peito de frango
sem ossos porque é muito perigoso”, detalhou. Ela chega a alimentar os cães com as frutas e legumes de três a cinco dias por semana.

Carla explicou que busca por uma satisfação maior dos bichinhos, que comem apenas ração no dia a dia. Ela prefere privá-los de patês e ração em sachê por causa da quantidade de sal que acredita ser em excesso.

“É para uma satisfação deles, porque acredito que a ração seja bastante completa, mas gosto de variar. Nunca ofereço comida humana, com temperos, como sal”, completou a agrônoma.

Ela ainda salientou que mesmo com parte da alimentação diferente, eles continuam aceitando regulamente a ração. Ela não reclama de gastos excessivos neste modo de agir com os cães. Para ela, o gasto está equivalente se comparado a quanto teria que pagar comprando ração super Premium para Luna e Zuck.

Todo o conhecimento de Carla é adquirido através da internet e perfis de profissionais da área nas redes sociais. Além disso, ela costuma ler reportagens em sites especializados na área de alimentação natural para pets.

A zootecnista, especialista em Alimentação Natural para cachorros, Mayra Ribeiro, disse que qualquer animal pode mudar a alimentação, mas que uma mesma dieta não pode ser seguida por cães diferentes.

“A alimentação natural se baseia na individualidade do cachorro, então para diferentes casos, diferentes dietas. Agora uma mesma dieta básica não pode ser oferecida para qualquer cachorro”, frisou.

A alimentação natural, segundo a zootecnista, é livre de corantes, as proteínas são sempre de boa qualidade porque não se usa carnes de descarte nem carne mecanicamente retirada. Ela disse ainda que para um animal que está em tratamento ou doente é possível formular uma dieta específica.

“Além de cuidar muito bem de casos terapêuticos, a dieta melhora a disposição do animal,
deixa os pelos mais bonitos, mantém o peso com melhores resultados, tem mais água, o que ajuda a proteger o sistema urinário e rins, produz um cocô melhor já que os alimentos são bem absorvidos, tem uma carga glicêmica menor, pois seus carboidratos são complexos, os animais sentem mais vontade de comer e, por ter menos carboidratos, contribui para a saúde peritonial (tártaros)”, acrescentou.

Mayra ainda salientou que alguns alimentos podem causar alergias em cães, mesmo os que
são liberados. Por este motivo, é preciso observar o animal, descobrir quais os alimentos e
retirar da dieta. Ela afirmou que a reação ao alimento depende da quantidade ingerida.

“O chocolate, por exemplo, pode causar taquicardia, espasmos musculares, vômitos e diarreia quando não metabolizado. A cebola pode causar anemia, a uva pode causar falência renal aguda, sempre depende da quantidade e frequência do consumo desses alimentos”, falou.

Toda a comida precisa ser feita sem temperos, por isso, a especialista explicou que defende a alimentação natural, mas indica a ração sempre que o tutor não conseguir preparar os
alimentos ou não forem seguir de maneira responsável a dieta. Isso porque a ração foi feita
por profissionais que entendem das necessidades nutricionais do cachorro.

“Lá é colocado premix, por exemplo, e tem níveis de garantias comprovados. A absorção de
alguns nutrientes depende da concentração de outros, misturar carne e alimentos úmidos a
uma ração balanceada não é a melhor escolha. Ou um ou outro”. Premix é uma mistura de
vitaminas e alguns aminoácidos.

O que pode:

Batata
Salsa
Inhame
Cará
Batata doce
Arroz
Feijões
Ervilhas
Carne de frango, suíno, bovino, peru, pato, peixes, codorna, rã, coelho, cabrito
Agrião
Salsão
Alface
Folha de beterraba e cenoura
Quiabo
Pimentão vermelho e amarelo
Chuchu
Pepino
Tomate
Cenoura
Abóbora
Brócolis
Couve-flor
Beterraba
Maça
Pêra sem sementes
Goiaba
Morango
Pitanca
Figo
Ameixa
Banana
Manga

O que não pode:

Chocolate
Carambola
Cebola e acebolados
Macadâmias
Batata inglesa com casca
Uva

*Texto de Wênia Bandeira, do Jornal Correio da Paraíba

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