O prefeito de João Pessoa e presidente estadual do PV, Luciano Cartaxo, revelou ontem que pretende concluir a reforma administrativa na gestão municipal até o dia 30 desse mês, prazo estipulado por ele para preencher vagas abertas com a saída de auxiliares para a disputa eleitoral de outubro. Cartaxo voltou a afirmar que o nome do candidato a prefeito da Capital sairá do PV, mas garantiu que a chapa não será puro sangue. Quando as conversas sobre aliança com outras legendas, o prefeito disse que as conversas devem ser aceleradas.
“Nós estamos dialogando bastante, entramos agora no mês de março e o momento agora é de acelerar o processo de diálogo com os partidos e já estou fazendo isso desde o início do ano. Vamos finalizar mais uma rodada de entendimento com os partidos dentro da base aliada. É natural que o PV já tem quadros importantes para serem apresentados a cidade de João Pessoa. É o partido majoritário dessa aliança que construímos em favor da cidade. Essa semana tenho duas agendas de conversas com partidos para acelerar esse processo”, destacou Cartaxo.
Quanto a reforma administrativa que será feita até o dia 30 o prefeito justificou que será feita já que alguns secretários irão sair para disputar as eleições seja de prefeito, vice-prefeito ou de vereador. “Então vamos manter esse diálogo, mas sem abrir mão dos investimentos na cidade, sem abrir mão do trabalho que está sendo realizado e do modelo de gestão que tem mudado a vida na cidade de João Pessoa. Então a gente vai continuar o diálogo para finalizar essa discussão com os partidos aliados”, disse.
De acordo com o prefeito, é legítimo que cada um dos partidos tenha apresentado seus nomes, mas para ele, agora é o momento da definição. “Por isso estou ouvindo todo mundo e tenho conversado com muitos partidos para termos uma conclusão dessas discussões”, garantiu o gestor sem avaliar a possibilidade de um candidato a prefeito que não seja do PV.
As afirmativas do prefeito Luciano Cartaxo de que o nome do candidato a prefeito de João Pessoa sairá do PV tem afastado ou desacreditado alguns pré-candidatos a sucessão municipal. Um dos exemplos é o do vice-prefeito Manoel Júnior (Solidariedade) que agora não afirma mais uma candidatura na Capital.
Durante entrevista ao programa Correio Debate, da 98 FM, Manoel Júnior disse apenas que será candidato, sem especificar se será em João Pessoa ou em Pedras de Fogo. “Uma coisa é certa. Manoel Júnior será candidato no processo eleitoral de 2020 e nós estaremos com o Solidariedade com vários candidatos e em vários municípios desse estado, a exemplo de João Pessoa”, disse, afirmando que o projeto do Solidariedade é manter o partido vivo na Paraíba, principalmente nas grandes cidades.
O deputado federal e presidente estadual do PSDB, Pedro Cunha Lima, confirmou ontem que está mantida a pré-candidatura do deputado Ruy Carneiro a prefeito de João Pessoa. Sobre as declarações do prefeito Luciano Cartaxo de que o candidato a sucessão na Capital sairá do PV, Pedro lamentou e disse que a atitude do gestor distancia os partidos aliados.
“Pela maneira que o processo está sendo conduzido a gente percebe que existe um distanciamento que tem aumentado e aí você observa as últimas declarações do prefeito Luciano Cartaxo que não voltou atrás na tese de que o candidato tem que ser do PV. Então é como se você tivesse que abraçar um partido político que não é o seu, sem nem saber quem é que vai encabeçar.
Sobre a pré-candidato de Ruy Carneiro a prefeito de João Pessoa, Pedro defendeu um debate sobre o que deve ser feito na Capital, de que maneira devemos fazer esse processo de construção em termos de gestão pública. “Isso é o que interessa as pessoas. É preciso entender que o que interessa é a prestação do serviço para a população. Quem está em casa quer saber o que vai ser feito para resolver o problema da sua rua, do seu bairro”, observou.
Pedro revelou ainda que existe uma grande possibilidade da pré-candidatura do deputado Ruy Carneiro se transformar em uma candidatura. “A gente está no momento de dialogar com outros partidos em busca de apoio político. E é claro que quando você se abre ao diálogo também fica aberta a possibilidade de uma composição”, observou o deputado.
Em Campina Grande, Pedro disse que o processo está sendo conduzido de forma diferente pelo prefeito Romero. “Em Campina existe um debate onde se admite possibilidades e o próprio Romero não coloca como imposição que seja candidato do PSD. Tudo isso faz com que a gente participe de todo esse processo e lá na frente haverá um nome, creio eu, que preservando a unidade, seja de Tovar, seja de Bruno ou o meu nome que também está a disposição. O mais importante é que a discussão seja com foco na cidade e não em partidos ou em pessoas”, afirmou.
O deputado também negou que exista um racha no grupo Cunha Lima na Rainha da Borborema por conta das posições tomadas pelo ex-deputado Bruno Cunha Lima. “Não existe racha na composição de quem compõe a gestão do prefeito Romero Rodrigues. Romero ainda não colocou qual o nome que vai apoiar e o que deve ser o que todos nós iremos apoiar. Mas não existe racha em Campina”, garantiu Pedro ao Correio Debate.
*Texto de André Gomes, do Jornal CORREIO