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Catadores de lixo fazem protesto na Câmara Municipal de João Pessoa

Um protesto de catadores de lixo aconteceu na manhã desta quinta-feira (22) na Câmara Municipal de João Pessoa. Os manifestantes alegam que a entrada de um grupo de empresários poderá retirar o direito dos catadores de administrar os resíduos sólidos da cidade.

Uma audiência pública foi marcada para esta quinta (22) para discutir a utilização inteligente dos resíduos da cidade. A sessão contou com dois grupos de empresários que discutiram a respeito do tema.

De acordo com uma representante do Movimento Nacional dos Catadores, Egrinalda dos Santos, a entrada do Grupo Iner, uma das empresas envolvidas, pode comprometer direitos dos catadores.

“Eles alegam que os catadores vão virar moveleiros, ou seja, trabalhar com madeiras velhas. Tudo que é descartado é nosso. E ainda querem usar práticas de incineração, que é contra a lei. A coleta seletiva não é totalmente aplicada na cidade, não é efetiva, o que vem contrariando toda a lei. Somos reconhecidos, então eles não podem derrubar nossa posição”, argumentou a líder.

O vereador Carlão (PSDC) comentou que as práticas de utilização de lixo precisam ser revistas, mas levando em consideração o trabalho dos catadores. “É preciso analisar vários contextos. Um deles são os catadores, pessoas que encontram sua dignidade no trabalho com o lixo. É preciso analisar essas pessoas. Eu entendo que é importante o uso consciente do lixo, mas também o trabalho dos catadores”, disse o parlamentar.

A líder do movimento, Egrinalda, revelou que o Ministério Público do Trabalho (MPT) já foi acionado e deve comparecer à Câmara. “Quase três mil catadores da Paraíba podem ser prejudicados. O MPT foi acionado e deve se fazer presente na luta. A Lei 12305 prioriza a categoria de catadores, tem um decreto que os órgãos públicos têm que doar o material para empreendimento de catadores, cooperativas e associações”, finalizou.

Outro lado

O diretor de engenharia do Grupo Iner, Antônio Faria, se posicionou com relação ao protesto de catadores, garantindo que os manifestantes terão os direitos garantidos. “Todos os empregos deles são registrados com condições de trabalho absolutamente normais e garantidos por Lei. Também será criada um cooperativa com cursos que irão atendê-los. Não vejo motivo de protesto. Eles terão condições melhores”, garantiu o diretor.

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