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Compra roupas demais? Especialista indica como mudar o comportamento

Valesca Sperb Lubnon, professora de Design de Moda do Unipê, avalia como o consumo desenfreado coloca em risco a saúde financeira pessoal

Comprar roupas faz parte das necessidades individuais e coletivas das pessoas. No entanto, quando o ato passa para um comportamento compulsivo, geralmente desemboca em uma dor de cabeça. As contas de cartão de crédito aumentam e as dívidas podem ficar acumuladas, gerando ansiedade e comprometendo a saúde financeira de alguém – algo que já é um problema nacional brasileiro.

Para se ter uma ideia, hoje a taxa de famílias endividadas caiu de 78% em janeiro para 77,3% agosto na pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Quem compra roupas demais corre um risco real de ficarem endividadas, diz a designer de moda Valesca Sperb Lubnon, professora mestra do curso de Design de Moda do Unipê.

“Esse comportamento de consumo pode levar a gastos excessivos e descontrolados, o que pode prejudicar gravemente a saúde financeira de alguém. Rapidamente, o lindo vestido se transforma apenas em um peso no orçamento enquanto repousa no fundo do armário”, comenta a especialista.

Não se endividar ou gastar desnecessariamente com vestuário é um desafio que exige consciência em relação às compras. “Isso pode envolver a criação de um orçamento específico para isso, avaliação das necessidades reais do guarda-roupa, investimento em peças duráveis e versáteis, e resistência à pressão das tendências. Praticar o consumo consciente e focar em qualidade sobre quantidade pode ajudar a manter as finanças em equilíbrio enquanto se mantém um estilo pessoal”, afirma Valesca.

Com isso, para evitar que o seu closet se transforme em um pesadelo, Valesca sugere refletir sobre esses tópicos:

1. Gastos impulsivos: comprar roupas frequentemente sem um planejamento adequado pode levar a compras impulsivas. Pessoas que estão sempre perseguindo as últimas tendências podem comprar itens sem realmente considerar se eles são necessários ou se serão usados com frequência;

2. Acúmulo de dívidas: comprar constantemente roupas pode resultar em acúmulo de dívidas de cartão de crédito ou empréstimos. Se as compras não forem pagas integralmente a cada mês, os juros começarão a se acumular, tornando o pagamento das dívidas ainda mais difícil;

3. Falta de orçamento: não ter um orçamento claro para gastos com roupas pode levar a gastos excessivos. Pessoas que não acompanham seus gastos podem se surpreender com a rapidez com que os custos se acumulam;

4. Influência das mídias sociais: elas muitas vezes promovem um ideal de sempre estar na moda e ter um guarda-roupa sempre atualizado. Isso pode incentivar as pessoas a gastarem mais do que realmente podem para se encaixarem nesse padrão;

5. Falta de avaliação das necessidades: comprar roupas apenas para seguir as tendências muitas vezes significa não considerar as necessidades reais do guarda-roupa. Isso resulta em itens comprados que podem nunca serem usados, desperdiçando dinheiro.

Entenda as suas necessidades

Para quem já está cheio de roupas em casa e muitas vezes nem as usa, uma boa opção é transformar o seu closet em um armário cápsula. Aqui a professora Valesca ensina como montar esse guarda-roupa sustentável e que traz conforto e confiança. E um fator importante é avaliar a própria rotina e o seu estilo de vida: feito isso, você saberá quais peças de roupas realmente são úteis para o seu dia a dia.

Abaixo, a especialista lista dez pontos importantes para analisar antes de ir às compras. Confira!

1. Rotina diária:

Entender sua rotina diária é crucial. Pense nas atividades que você realiza com mais frequência, como trabalho, academia, eventos sociais, etc. Suas roupas devem ser adaptadas a essas situações para garantir conforto e bem-estar. Por exemplo, se você não costuma participar de eventos formais frequentemente, então, ter apenas uma peça que atenda a essas ocasiões é suficiente ou, então, alugar o look em uma loja especializada.

2. Estilo dos locais frequentados:

Conhecer o estilo dos lugares que você frequenta é relevante para que suas roupas se encaixem no ambiente. Passa a maior parte do tempo em ambientes corporativos? Peças mais formais podem ser essenciais. Frequentar ambientes como cafés ou parques? As descontraídas serão mais apropriadas.

3. Clima e estação do ano:

O clima é um fator determinante na escolha de roupas. Adapte seu guarda-roupa às estações do ano e às variações climáticas da sua região.

4. Cores e tons pessoais:

Pense nas cores que mais combinam com você e nas que valorizam sua aparência. Escolher tons que complementam seu tom de pele e estilo pessoal ajudará a criar um guarda-roupa coeso e harmonioso.

5. Conforto e funcionalidade:

Priorize o conforto e a funcionalidade das peças. Roupas que permitam movimento livre e atendam às suas necessidades diárias serão mais utilizadas e apreciadas.

6. Versatilidade:

Escolha peças que possam ser combinadas de várias maneiras. Itens versáteis oferecem mais opções de looks e economizam espaço em seu guarda-roupa.

7. Qualidade em detalhes:

Dê preferência a peças de qualidade, que tenham acabamento e materiais duráveis. Roupas bem-feitas resistem ao tempo e ao uso frequente.

8. Acessórios apropriados:

Lembre-se de incluir acessórios que complementem suas roupas e estilo, como sapatos, bolsas, cintos e joias. Eles podem transformar um look básico em algo mais interessante.

9. Avaliação regular:

Revise periodicamente seu guarda-roupa para garantir que as peças ainda estejam alinhadas às suas necessidades e estilo. Isso evita acumulação de roupas desnecessárias.

10. Flexibilidade para mudanças:

Esteja aberta a ajustes conforme sua vida e preferências mudam. Seu guarda-roupa deve ser adaptável e refletir quem você é no momento.

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