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Comum em crianças, Doença Mão-Pé-Boca é explicada por especialista do Unipê

Conheça os sinais e sintomas da enfermidade sazonal que ocorre no verão

A Doença Mão-Pé-Boca (DMPB), que comumente se caracteriza por lesões nas mãos, nos pés e na boca, tem assolado crianças nesse período de primavera e verão. Febre alta, vômitos e diarreia estão entre os sintomas e sinais. Mas o que é a doença?

Trata-se de uma doença febril contagiosa causada pelo vírus Coxsackie, da família dos enterovírus que habitam normalmente o sistema digestivo e podem provocar estomatites (espécie de aftas que afetam a mucosa da boca). Todas as faixas etárias estão sujeitas às infecções, mas ela é mais comum em crianças menores dos cinco anos de idade (que podem apresentar casos mais graves) e recém-nascidos.

A transmissão ocorre de pessoa para pessoa ou por objetos contaminados. O período de incubação varia de um a sete dias. No início do quadro, alguns sintomas são comuns a outras doenças, como febre e mal-estar, e só depois aparecem as lesões características. “Geralmente, os sintomas da Doença Mão-Pé-Boca surgem entre três e sete dias da infecção pelo vírus e incluem febre superior a 38 °C, dor de garganta e falta de apetite”, diz a farmacêutica e Profa. Dra. Narlize Silva Lira Cavalcante, do curso de Farmácia do Unipê.

Segundo Narlize, a doença dura, em média, de sete a dez dias. E após dois dias dos primeiros sintomas, as lesões características começam a surgir. Entre elas, estão: manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas aparecem na boca, nas amígdalas e na faringe, e podem evoluir para ulcerações muito dolorosas; erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e plantas dos pés, que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital; é comum os pacientes relatarem também mal-estar e falta de apetite; por causa da dor, surgem dificuldades para engolir e muita salivação.

A doença se divide em três fases: 1) pródomo, quando ocorre febre, fraqueza muscular intensa, prostração, diarreia, dor ao deglutir alimentos e vômitos; 2) aguda, quando surgem manchas nas mãos e nos pés com vesículas pequenas, de dois a cinco milímetros, que geralmente não coçam, além de aftas muito dolorosas na mucosa oral, que podem persistir de sete a dez dias, causam dificuldade na alimentação e ingestão de líquidos, levando a desidratação; e 3) convalescência: o indivíduo infectado apresenta sinais de prostração (não raro, outro sintoma que pode acontecer até dois meses após o início da doença, é a onicomadese, deslocamento indolor da unha de sua matriz).

Além disso, a OMS categoriza a doença conforme sua gravidade:

– DMPB sem maiores complicações, sendo autolimitada;

– DMPB com comprometimento do Sistema Nervoso Central Involuntário;

– DMPB que apresenta desregulação do Sistema Nervoso Autônomo;

– DMPB com falência cardiopulmonar.

“Ela normalmente não necessita de internação, pois é uma doença leve e autolimitada. Porém, caso as feridas na boca dificultem a deglutição de líquidos, pode ser necessária a realização de hidratação parenteral. Uma indicação de internação é a rara evolução com complicações como meningite, encefalite e paralisia semelhante à da poliomielite”, finaliza Narlize.

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