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Contra o etarismo: geriatra sugere inclusão e desmistificação

Para pessoas adultas, evitar generalizações sobre o envelhecimento é benéfico socialmente.

Dentre as variadas consequências que o envelhecimento pode trazer aos humanos, uma tem um impacto não tão visível assim. O etarismo, uma forma de preconceito geracional que pode ocorrer em qualquer idade, sobretudo contra gente idosa, acarreta em constrangimento e exclusão de pessoas mais velhas na sociedade. Inclusive podendo limitar o acesso delas aos serviços de saúde. Então como incluir idosos pode melhorar a saúde deles?

Segundo a médica geriatra Ana Laura Medeiros, professora mestra em Gerontologia do curso de Medicina do Unipê, a inclusão social das pessoas idosas favorece sua saúde mental e física justamente por gerar um sentimento de valorização e acolhimento.

“Esse sentimento de pertencimento lhes envolve em um maior autocuidado, que inclui tanto a realização de atividades sociais e físicas benéficas para a saúde, quanto mais disciplina e incentivo a um acompanhamento médico regular. Além disso, a socialização estimula a memória e a atenção e auxilia na estabilidade do humor, reduzindo o isolamento social e, consequentemente, distúrbios neuropsicológicos”, elenca Ana Laura.

Sou idoso (a), como lidar com o etarismo?

A especialista diz que o primeiro ponto para a pessoa idosa é desmistificar questões preconcebidas em relação ao envelhecimento. “É preciso entender que o processo de envelhecimento é natural e inexorável e que a cultura do respeito e valorização da Pessoa Idosa deve ser embutida, primordialmente, no âmbito familiar”, conta.

Angariada a consciência de seu lugar na família, o indivíduo idoso tende a se fortalecer para exigir seus direitos na sociedade e recusar qualquer atitude etarista que lhe seja dirigida, indica Ana Laura.

“Outro ponto que contribui de forma relevante e eficaz para redução do etarismo é o estímulo ao contato intergeracional. A interação entre pessoas de diferentes gerações, seja na família, no trabalho ou nas atividades sociais, é capaz de reduzir o preconceito e mitigar os estereótipos entre os grupos”, afirma.

Para quem é adulto, há ações importantes que devem ser lembradas no cotidiano. Uma delas, por exemplo, é evitar generalizações sobre o envelhecer, e considerá-lo como um processo heterogêneo, ou seja, desassociando-o de ideias que relacionam envelhecimento exclusivamente a condições de fragilidade, vulnerabilidade e dependência.

“Outra questão é dar a oportunidade para que a Pessoa Idosa se expresse amplamente e compartilhe suas experiências e vivências, evitando a infantilização do indivíduo idoso. As demais gerações devem ser compassivas e amistosas com as pessoas idosas, e substituir sentimentos de pena por ações práticas de combate ao etarismo, como políticas e legislação que abordem a desigualdade por idade”, considera Ana Laura. 

Quer saber mais sobre o tema? Leia aqui a matéria especial com a médica geriatra Ana Laura Medeiros sobre como o etarismo impacta a saúde de gente idosa!

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