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Covid-19 não deve ser comparada a fome, violência e outros problemas

Quando a humanidade se coloca em um patamar de ‘espécie dominante’ no planeta Terra, conforme já ouvimos bastante, seja por sua capacidade de raciocínio, sua engenhosidade e perspicácia na resolução de problemas, bem como por sua organização social, a natureza de tempos em tempos parece nos enviar sinais de que, na verdade, somos meros integrantes de um meio muito mais amplo e poderoso, podendo ter vulnerabilidades assim como qualquer organismo vivo. Essa é uma impressão que fica. A pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da Covid-19, que tem provocado apreensão e mudado rotinas mundo afora, é mais um desafio que estamos a duras penas aprendendo a enfrentar em favor de nossa existência.

Diante desse panorama, muitos transtornos gerados na saúde acabam tendo reflexos em outros contextos, sociais, econômicos, geopolíticos. Sendo assim, abre-se um amplo leque de vertentes, teorias ou linhas de pensamento na abordagem da doença, umas mais conservadoras, que observam os riscos baseadas em pareceres científicos e procuram minimizá-los através da prevenção, ao mesmo tempo em que outras questionam a amplitude do mal que pode ser causado, visto que o ‘comportamento’ do vírus ainda é pouco conhecido e, comparando-se a pandemias passadas ou a outros fatores impactantes na vida cotidiana, pode ter sequelas menos danosas.

Com essa mistura de informações conflitantes, pode ser ainda muito cedo para determinar qual o ‘real poder’ do novo coronavírus. Chegar a um denominador comum mundial, com uma estratégia de enfrentamento que nos proteja com eficiência, além de manter as relações harmônicas entre os diversos povos, que sofrem os impactos de formas diferentes, de acordo com as vivências de cada um, é uma batalha em que toda a raça humana tem que lutar junta, com o objetivo de derrotar um mesmo inimigo.

Observa-se, no entanto, uma falta de unidade. Enquanto as ocorrências não ficarem devidamente claras para pessoas leigas ou não, seguirão comuns as preocupações de parte da humanidade, enquanto outra parcela da população, incluindo alguns governantes, pelo menos inicialmente, acaba por procurar minimizar a doença e suas consequências em decorrência de outros aspectos sociais, ou faz comparações ou relativizações entre os problemas resultantes da Covid-19 e outros como fome, violência, corrupção ou mesmo demais ameaças à saúde que costumam nos rodear, por exemplo, tão ou mais graves que a própria enfermidade em foco na atualidade, mas situadas em campos paralelos.

Com a cautela necessária, procurando fugir de fake news e de indivíduos mal-intencionados, sobretudo nos meios digitais, é importante buscar sempre o que já foi compilado de conhecimento recente sobre o novo coronavírus e aliá-lo ao contexto histórico para que, observando-se cada realidade local, possam ser definidas as melhores maneiras de combatê-lo.

O que já se conhece e diferenças históricas

Já houve outras pandemias globais. O novo coronavírus está escrevendo sua história a cada dia, marcando sua trajetória após outras já traçadas como, por exemplo, gripe espanhola, H1N1, além da peste negra, tão temida no decorrer de séculos, sobretudo na Europa medieval.

“Em número de casos e mortes, a pandemia da Covid-19 se assemelha a outras grandes pandemias”, diz o médico infectologista Jaime Emanuel Brito Araújo, membro do comitê técnico de enfrentamento à Covid-19 no Hospital Universitário Alcides Carneiro, em Campina Grande, que cita algumas dessas enfermidades que a humanidade já enfrentou para chegar ao mundo atual.

Segundo ele, estimativas dão conta de que a peste negra tenha matado entre 75 e 200 milhões de pessoas, praticamente um terço de toda a população que vivia na Europa, que era o mundo até então ‘conhecido’. “Não existia tratamento”, ressalta.

“A gripe espanhola é considerada por muitos como a mãe das pandemias, pois contaminou mais de 500 milhões de pessoas e provocou entre 17 e 50 milhões de mortes. Ao menos um quarto de toda a população do planeta foi infectada. Não havia vacina. Já a gripe suína, em 2009, se espalhou para mais de 75 países em três meses, com cerca de 700 milhões de casos e entre 150 mil e 575 mil mortes. A diferença é que, naquela ocasião, havia uma possibilidade de vacina em curto prazo (o que aconteceu), coisa que não possuímos agora”, destaca Jaime.

Hoje, conforme afirma o infectologista, temos medidas mais eficazes de diagnóstico, tratamento e de contenção, o que não havia na época da peste negra nem da gripe espanhola.

“A letalidade não parece ser maior que as outras, apesar de ser consideravelmente menor que outras pandemias recentes como a do Ebola, porém aparentemente maior que o H1N1. A grande diferença para a pandemia de 2020 está no uso massivo dos meios digitais de comunicação. A do novo coronavírus é a primeira em que temos uma quantidade de informação enorme, disseminada por meio de redes sociais, de forma instantânea”, aponta o médico.

Isolamento recente x atual

“As pessoas se esquecem, mas há 11 anos nós também fechamos escolas, restringimos a circulação de pessoas. Claro que foi em uma intensidade muito menor, mas isso aconteceu!”, relembra Jaime, referindo-se à pandemia de gripe suína (H1N1), doença que ainda faz vítimas no Brasil e no mundo, cujos sintomas muitas vezes se confundem com os da Covid-19, havendo também testagens positivas dela em pacientes que suspeitavam que haviam contraído o novo coronavírus.

Conforme ressalta o especialista, o isolamento social na época do surto de H1N1 foi mais brando no Brasil porque na época não atingimos uma proporção tão grande de casos se comparados aos da Covid-19 e, quando chegou de fato ao Brasil já existia tratamento eficaz (a medicação Oseltamivir) e já havia vacina em fase final de testes.

“Em outros países do mundo como a China, um dos epicentros da pandemia na época, houve, sim, um isolamento social bastante rígido, como o atual”, frisa o infectologista, que avalia que talvez o contágio acelerado atual se deu por causa da falta de medidas precoces para a contenção da pandemia e porque o novo coronavirus já demonstrou um comportamento diferente, com mais infectividade e capacidade de mutação, em relação às pandemias anteriores.

“De fato, o mundo foi pego de surpresa porque quando o vírus foi finalmente descrito em 31 de dezembro de 2019 (por isso a doença se chama Covid-19) já havia casos em vários países do mundo. Aliado a isso, ainda não temos tratamento comprovadamente eficaz e nem perspectiva de vacina”, evidencia.

Isolamento segue como melhor medida preventiva?

“O isolamento social ainda é a melhor medida para reduzir a velocidade de disseminação dos casos e a exposição de pessoas vulneráveis e propensas a casos mais graves, que são os que necessitarão de internação e maior suporte do sistema de saúde” aconselha o infectologista.

O médico observa que o isolamento é necessário até que ocorra uma redução da velocidade de disseminação da doença. “Caso aconteça o controle da pandemia e uma situação mais estável, poderemos pensar em voltar gradativamente às atividades normais, de forma responsável, evitando aglomerações, favorecendo o distanciamento de um metro entre as pessoas, praticando a etiqueta respiratória e as boas práticas de higiene.”

Quadros semelhantes

“Sobre o H1N1, é um vírus que já comumente circula na nossa população e, devido à exposição massiva das pessoas, muita gente está imunizada (seja por vacinação dos grupos de risco – como idosos, crianças e portadores de doenças crônicas – seja por contato da população com o vírus). Atualmente, todo quadro gripal é considerado suspeito, pois por sintomas não temos como diferenciar uma gripe por H1N1 de um quadro de Covid-19, por exemplo. Por isso que todo caso é conduzido com as medicações pertinentes”, declara o médico.

Jaime Emanuel explica que todo paciente com síndrome respiratória aguda grave hoje faz um exame chamado PCR para vírus respiratórios. Ele indica que, na Paraíba, o exame é feito no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou na rede privada, pesquisando vírus como Influenza A/H1N1/B/C, Adenovírus, Vírus respiratório sincicial A e B, Rinovírus, Parainfluenza 1, 2, 3 e 4, Metapneumovírus, Bocavírus, Enterovírus e o novo coronavírus.

“Por isso que muitos casos estão vindo com H1N1 e outros vírus, porque eles continuam circulando normalmente entre a população”, assegura o médico.

Letalidade possivelmente baixa: devemos relaxar?

“Apesar do cenário de preocupação mundial, muitas pessoas terminam não adotando medidas preventivas porque ficam presos nas estatísticas. É muito fácil falar que temos mortalidade baixa! Logicamente temos, vivemos em um país onde historicamente há muitos casos de subnotificação de todas as doenças. Cada vida importa! Os 2,5 % médios de mortalidade para uma pessoa podem significar 100 % para quem perde um ente querido, um pai, uma mãe, um irmão, um filho… quem acha que a mortalidade é baixa e por isso não vai adotar medidas preventivas certamente diz isso com ‘tranquilidade’ porque não teve nenhum caso próximo que tenha perdido a vida. As medidas de precaução merecem toda a atenção possível!”, assevera Jaime Emanuel.

Grupos vulneráveis e complicações

O infectologista alerta que já se tem conhecimento de que fazem parte dos grupos vulneráveis à Covid-19, com maiores risco de complicações, as pessoas com mais de 60 anos e as portadoras de doenças crônicas como diabetes, asma, hipertensão, obesidade, artrite reumatoide, lúpus, HIV/AIDS, tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), hanseníase, dentre outras.

“Para as doenças que atacam os pulmões, como asma, tuberculose e DPOC, como já atrapalham a respiração, há acúmulo de secreção pulmonar e aumento da sensação de falta de ar. Para as doenças que afetam a imunidade, o organismo está mais fragilizado e corre maiores riscos”, revela.

Dentre estas doenças, a tuberculose é uma das que mais se destacam entre as causadoras de mortes anualmente, além de ser uma das que frequentemente são comparadas à Covid-19 quanto à letalidade, sendo relevante também retratar esta enfermidade.

Segundo dados divulgados em março deste ano pelo Ministério da Saúde sobre levantamento recente que teve como foco a tuberculose, o Brasil registra 200 novos casos desta doença por dia, sendo ela responsável por mais de 1 milhão de mortes por ano no mundo. No Brasil, em 2019, foram registrados 73.864 mil casos novos de tuberculose. A taxa de mortalidade caiu cerca de 8% em uma década, mas segue expressiva. Foram 4.881 mortes em 2008 contra 4.490 em 2018.

Na Paraíba, de acordo com planilhas encaminhadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 2010 foram registrados 886 casos de tuberculose pulmonar, subindo, após algumas oscilações para mais ou para menos, para 1.077 em 2019.

Ainda conforme a SES, em 2010 a taxa de óbitos foi de 2,3 a cada 100 mil habitantes. Em 2018, último ano contabilizado quanto a esta estatística, a taxa oscilou negativamente para 1,9.

Abordagem sociológica da pandemia

Como dito anteriormente, crises na saúde como esta pela qual passamos têm reflexos diversos. Suas implicações devem ser analisadas dentro de um ‘caldeirão social’, cujos ingredientes se misturam às vezes de forma homogênea, outras vezes não, existindo uma dependência recíproca significativa entre múltiplos segmentos. É sobre esse apanhado de relações que se debruça o cientista social Vinícius Gabriel da Silva, mestrando em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

“As pandemias, do ponto de vista sócio-histórico, acarretam perdas significativas em diversas esferas da vida social, ou seja, as transformações nas relações sociais, afetivas, de trabalho, econômicas, nos sistemas de saúde, nas relações culturais são inevitáveis. Nesse sentido, o processo de disseminação da doença é preocupante em qualquer lugar do mundo, mas precisamos refletir a respeito da chegada da Covid-19 em países como o Brasil, no qual as desigualdades fazem parte do cotidiano das pessoas e o resultado disso (avanço da pandemia, recessão da economia, uma maior vulnerabilidade de países com má distribuição de renda) a longo prazo pode ser comparado a uma fileira de peças de dominó em queda”, ilustra Vinícius.

Ele comenta que as estratégias do combate ao novo coronavírus sugeridas pelas organizações e instituições de saúde, mundiais e locais, como lavar as mãos, ter acesso a produtos de limpeza e de higiene e evitar aglomerações, não são ações possíveis para todos os brasileiros e brasileiras.

“O saneamento básico e acesso a água tratada ainda é um desafio para mais da metade da população brasileira, que aliada a uma má distribuição da renda põe em xeque os protocolos recomendados para serem seguidos pela população, caso não haja uma interferência efetiva do Estado na resolução desses problemas. O fenômeno é global, mas as ações dos líderes nos contextos locais fazem toda diferença para a saúde da sociedade. E, ainda, com a disseminação da Covid-19 em um parâmetro mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) indica que a economia sofrerá a pior recessão desde 1929, ano marcado pela ‘Grande Depressão’ com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque”, compara o cientista social.

Definição de prioridades

Para Vinícius Gabriel, a pandemia da Covid-19 traz à tona a relação de interdependência dos indivíduos, quadro que a prática do isolamento social torna facilmente perceptível na atualidade.

“O isolamento hoje é a prioridade porque caso não seja efetivo a disseminação da doença permanecerá a longo prazo, atingindo a vida das pessoas no contexto social, emocional, econômico e de consumo. Deste modo, faz-se necessário a atuação dos setores da sociedade, como o poder público (federal, estadual e municipal), as escolas, os centros religiosos, o empresariado, entre outros, para uma maior conscientização do controle deste fenômeno, na tentativa de redução das desigualdades sociais. Para que a violência de modo geral, especialmente a violência contra a mulher, a pobreza, a fome, o pânico coletivo e outros problemas não sejam intensificados durante a pandemia”, contextualiza.

Um problema entre tantos

Assim como outras doenças, conforme citado anteriormente, como os casos de tuberculose, dois fatores apontados pelo cientista social também são corriqueiramente observados como sempre merecedores de prioridade na atenção da sociedade e do poder público: a fome e a violência, que já assombravam a população muito antes dos riscos da Covid-19, e, agora, somam forças com a enfermidade.

Entretanto, felizmente nos últimos anos os números correspondentes a esses dois universos têm variado positivamente, mesmo que de maneira discreta, como veremos a seguir.

Fome e desigualdade

De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – tradução da sigla para o português), em 2014 o Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome. Os dados foram revelados por relatório sobre o estado da insegurança alimentar no mundo.

A FAO considerou dois períodos distintos para analisar a subalimentação no mundo: de 2002 a 2013 e de 1990 a 2014. Segundo os dados analisados, entre 2002 e 2013, caiu em 82% o número de brasileiros em situação de subalimentação. A organização aponta também que, entre 1990 e 2014, o percentual de queda foi de 84,7%.

O relatório mostra que o indicador de prevalência de subalimentação, medida empregada pela FAO há 50 anos para dimensionar e acompanhar a fome em nível internacional, chegou a nível menor que 5% no Brasil, o que parece pouco, mas representa uma questão de vida ou morte para aqueles que ainda carecem de uma nutrição adequada, algo essencial até para manutenção de uma boa imunidade contra uma ameaça à saúde.

A reportagem procurou o Ministério da Cidadania e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para obter dados mais atualizados sobre o combate à fome. A pasta ministerial informou que promove um conjunto de serviços e ações para garantir que o cidadão não fique desamparado. Dentre as iniciativas, o ministério destacou como maior ação, entre outros meios assistenciais, o Programa Bolsa Família, que, conforme revelou, atendeu mais de 14 milhões de famílias em todo o país nesse último mês de abril.

“Os benefícios assistenciais fazem parte da política de assistência social e são um direito do cidadão”, diz nota encaminhada pelo Ministério da Cidadania.

Já o IBGE preferiu não fornecer números, justificando que os dados estão desatualizados, pois as informações mais recentes sobre a fome no Brasil são de um suplemento de 2013 da antiga Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). “A próxima divulgação do IBGE sobre segurança alimentar, com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2018-2019, está prevista para o fim de agosto”, diz comunicado do órgão.

Violência

Mais um elemento que ceifa milhares de vidas anualmente, muitas delas sem qualquer envolvimento com a criminalidade. O combate a esse mal é sempre uma das principais cobranças da população aos governantes.

Estatísticas divulgadas em 2020 pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, indicam que, dentre diversos tipos criminais previstos no Código Penal Brasileiro, em 2018 o Brasil registrou 49.120 homicídios dolosos, número que caiu para 39.776 em 2019, representando uma redução de 19%. Os números de latrocínios (roubo seguido de morte) também caíram, tendo sido notificados 2.027 em 2018 e 1.566 em 2019, uma diminuição de 22,7% nas ocorrências.

“Ao todo, 10.107 brasileiros deixaram de ser mortos pelo crime”, comemorou o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em publicação nas redes sociais no último dia 15 de abril.

Na Paraíba, um levantamento do Anuário da Segurança Pública de 2019 aponta uma redução de 22% nas ocorrências de crimes violentos letais intencionais (CVLI), que são os homicídios dolosos ou qualquer crime doloso que resulte em morte.

O relatório do Núcleo de Análise Criminal e Estatística da Secretaria da Segurança e da Defesa Social mostra que em 2019 foram registrados 942 assassinatos na Paraíba. A redução acumulada desde 2011 chega a 44% e a taxa saiu de 44,3 mortes por 100 mil habitantes para 23,4 (-47%). Os casos de latrocínio também tiveram redução de 24%, com 34 casos registrados em 2018 e 26 em 2019.

“Comparar a pandemia da Covid-19 com outros fenômenos sociais de forma quantitativa não é suficiente para um debate público. As pessoas possuem trajetórias e experiências de vida diferentes. Não podemos comparar a dor de uma mãe que perde seu filho pela violência urbana ou por complicações causadas pelo novo coronavírus, muito menos pela fome. O importante nesse momento é buscar manter um equilibro emocional, racional e seguir as orientações dos especialistas na área porque não só a pandemia vai permanecer como vai intensificar os problemas já enfrentados pela sociedade”, prevê Vinícius Gabriel.

Encontrando um equilíbrio

“O lucro não pode estar acima do bem-estar das pessoas. Com o cenário atual é perceptível a necessidade da criação e manutenção de políticas de Estado que busquem um equilibro entre a qualidade de vida das pessoas e a economia. No Brasil, apesar das bases de um estado social de direito estarem nas cláusulas pétreas da Constituição Federal, no cotidiano a equidade e a justiça não foram amplamente atingidas pela sociedade brasileira. Em uma situação emergencial como a que estamos vivendo não há como minimizar o discurso da ciência, mergulhar em achismos, ou agir por um ideal puramente econômico. Os líderes e a sociedade que não se aliarem ao discurso da ciência poderão pagar um preço muito alto em um futuro próximo”, finaliza o cientista social.

Saiba mais sobre o novo coronavírus na cobertura do Portal Correio:

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