Termina nesta sexta-feira (21) o prazo para a direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Rita, na Grande João Pessoa, apresentar ao Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) a escala médica completa da unidade e o nome do diretor técnico da unidade de saúde. Caso as pendências não sejam solucionadas até as 16h desta sexta-feira, o CRM-PB vai interditar eticamente os médicos da UPA.
De acordo com o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, a fiscalização foi realizada, na última segunda-feira (17), após denúncias de falta de médicos plantonistas na UPA, principalmente pediatras. Durante a vistoria, a equipe de fiscalização conversou com o corpo clínico e a direção da unidade para averiguar as informações. Foi constatado que, realmente, há um número insuficiente de médicos e escalas incompletas. ⠀
Os profissionais da UPA informaram ao diretor de fiscalização do CRM que no plantão diurno do último sábado (15), apenas um médico clínico prestou serviços, além dos pediatras. À noite, o mesmo médico clínico estava no plantão e nenhum pediatra. Também foi constatado que nas terças, sextas e sábados do mês de fevereiro não há médico escalado para o plantão noturno e, no domingo, não havia médico na escala durante as 24 horas.
“Nesta sexta-feira, retornaremos à UPA para que a direção nos apresente a escala médica completa e a direção técnica da unidade. Infelizmente, se esses problemas não forem resolvidos, teremos que fazer a interdição ética da UPA. Uma unidade desse porte e importância para a população de Santa Rita não pode funcionar com uma escala médica incompleta, pois pode acarretar prejuízo para a população e infração ética ao médico”, disse João Alberto.
De acordo com o diretor geral da UPA, Carlos Ferreira, em contato com o Portal Correio, a unidade já está com todas as documentações prontas para enviar ao CRM-PB na manhã desta sexta-feira.
Carlos confirmou que não haverá interdição ética da UPA e se disse surpreso com a possível interdição. “Fiquei surpreso, pois na reunião que tivemos na segunda (17) não ficou acordado que poderia ter a interdição e que eu (Carlos) me comprometeria em enviar todas as documentações necessárias para o CRM e até o prazo tudo estaria resolvido”, relatou o diretor da UPA.
As interdições éticas realizadas pelo CRM-PB impedem, exclusivamente, o médico de atender nas unidades de saúde. A medida tem o objetivo de preservar a dignidade do atendimento médico à população e a segurança.