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Descarte correto de resíduos eletrônicos ajudar outras pessoas

No lixo comum, eletrodomésticos e computadores poluem o meio ambiente e podem afetar a saúde humana

Será que todo eletrônico que jogamos na lixeira é realmente lixo? A resposta é simples: eletrodomésticos e até computadores podem ter componentes reaproveitados em processos de reciclagem. E, nesse caso, um dado preocupante no Brasil mostra que 33% da população acredita que esses resíduos são, por exemplo, spams, fotografias e outros do meio digital. O dado é da pesquisa Resíduos eletrônicos no Brasil – 2021, da Green Eletron, que ainda aponta o país como o quinto maior gerador de lixo eletrônico no planeta.

Destinar um produto em desuso ou danificado para um lugar que faça o seu tratamento correto pode ser benéfico. Apesar do termo “lixo eletrônico” incluir uma palavra que sugere não haver mais usabilidade, esse produto pode servir para outras pessoas, diz o Prof. Me. Viviano Medeiros, coordenador do projeto Apoio à Inclusão Digital (AID), dos cursos de TI do Unipê.

Viviano defende o termo “resíduo” por não passar a ideia de algo sem utilidade. Com isso, classifica em quatro categorias todo eletrônico sem uso ou quebrado e que será descartado: pilhas e baterias; lâmpadas; celulares; materiais de informática (impressoras, placas de vídeo, placa-mãe, monitores etc.) e computadores.

E cada um deve ser levado em um local específico – alguns supermercados em João Pessoa aceitam lâmpadas, por exemplo, e as destinam para processos corretos de reciclagem. “Já celulares, infelizmente não tem tantos pontos, temos algumas iniciativas muito discretas. Mas, eles representam em volume menor de material do que computadores, que são maiores, ocupam mais espaço e representam um problema sério”, reflete.

Descarte correto: por que é importante?

Pela saúde humana e de toda a natureza. “Pilhas e baterias essencialmente não podem ser jogadas no meio ambiente, no lixo comum, porque elas têm produtos químicos muito nocivos à saúde e ao meio ambiente. Elas estão no topo da cadeia do descarte correto porque têm potencial de risco muito mais elevado”, exemplifica Viviano. Esses materiais, inclusive, podem provocar incêndios caso sejam perfurados.

A sustentabilidade é a meta dessa questão: quando o descarte é feito certo, diversos equipamentos eletrônicos (com grande capacidade de poluição e contaminação do solo e dos mananciais e, por isso, são nocivos para humanos, animais e plantas) voltam à cadeia produtiva para virarem matérias-primas ou novos produtos.

Computadores e materiais de informática também têm metais pesados e outros químicos que, se chegarem ao solo e à água, causam problemas para todo o ecossistema. Apesar de ter outra proporção e ser de uma classe bem diferente, o caso do Césio 137 em Goiânia (GO), em 1987, é um exemplo: a contaminação radiológica e radioativa atingiu centenas de habitantes e matou quatro pessoas.

Considerando a situação climática mundial, Viviano frisa um consenso científico: todo material deve ter um descarte correto, pois evita que chegue à natureza, prejudicando a vida e todo o ecossistema. “Por exemplo, uma vez que você joga uma simples garrafa pet e a água a levou para um açude, como o do Boqueirão, que abastece Cajazeiras, ela ficará no corpo de água daquele manancial, e voltará ao ser humano”, exemplifica.

Projeto AID Computadores ou materiais de informática em desuso ou danificados podem ter uma finalidade melhor: o projeto AID dos cursos de TI do Unipê tem um ponto de coleta no Auditório da Instituição. Os produtos depositados lá passam por processos de limpeza e separação de componentes até, quando possível, reconstrução deles. Tudo é feito pelos alunos de TI com acompanhamento dos professores. Consertado, o material posteriormente é doado para quem precisa dele. Os resíduos do AID são encaminhados para tratamento em uma empresa especializada.

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