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Em 12 meses houve avanço de 8,1 pontos percentuais na taxa média de juros

No momento de comprar, quem não conta com o capital necessário na hora, considera como primeira opção o cartão de crédito, e em caso de compras de maior valor a possibilidade de fazer um crédito pessoal on-line sempre está latente.

A maioria de brasileiros que possuem dívidas, tem contas no cartão, uma das modalidades mais caras para se usar hoje em dia. Este crédito alcançou uma taxa média de 78,7% ao ano em junho, mostrando um aumento de 2,1 p.p. em relação ao mês anterior. Mas, quando as compras no cartão são parceladas, os juros ficaram com uma média de 173,2% ao ano, aumentaram 0,5 p.p. em junho. 

A situação fica mais pesada quando o cliente não consegue quitar o total da conta e cai no crédito rotativo, termina pagando muito mais caro. Esta modalidade de crédito teve uma taxa média de 370,4% ao ano, no mês de junho aumentou 1,6 ponto percentual.

Outras modalidades que são muito procuradas também registraram aumentos nas taxas de juros, no caso do cheque especial a alta foi de 1,3 p.p. e chegou a 129,2% ao ano e o empréstimo pessoal (exceto as modalidades de consignado) mostraram um aumento de 1,2 ponto percentual, chegando a uma taxa média de 87,5% ao ano. 

Mesmo com o aumento da taxa média de juros, o que indica que quem faz um empréstimo ou uma compra usando o crédito irá pagar mais do que se a compra fosse feita em meses anteriores, a liberação de créditos continuou aumentando. 

Nas últimas Estatísticas monetárias e de crédito divulgadas pelo Banco Central, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) acumulava em junho quase R$ 5,0 trilhões em operações de créditos, dos quais R$ 2,9 trilhões foram liberados para pessoa física. No comparativo mensal, esta carteira de créditos mostrou um aumento de 1,3%. Mas, ao comparar com o ano passado, há uma leve queda: passou de 21,8% no ano em 2021 para 21,5% este ano.

A taxa média dos juros de todas as operações de crédito do sistema financeiro teve um aumento de 8,1 p.p. em 12 meses, e na comparação mensal aumentou 0,5 ponto percentual, alcançou 28,1% a.a. Considerando somente as operações de crédito para pessoa física, o aumento em junho foi de 1,1 ponto percentual, alcançou 51,5% ao ano e no acumulado nos doze meses anteriores somou 11,7 p.p.

Este aumento das taxas de juros das operações de crédito ocorre ao mesmo tempo em que aumenta a taxa básica de juros (Selic). No começo de agosto o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a Selic de 13,25% a.a. para 13,75% a.a.

Ao mesmo tempo, o endividamento e a inadimplência das famílias brasileiras permanecem relativamente estáveis, porém ainda altos. No caso das pessoas que já possuíam contas, o atraso maior a 90 dias (inadimplência), manteve seus registros sem mudanças, ficou em 3,5% para pessoas físicas e em 2,7% no total das operações de crédito. 

Mesmo assim, o endividamento das famílias brasileiras ainda é elevado. Em maio 52,8% das famílias possuíam dívidas, batendo o recorde desde janeiro de 2005, quando foi iniciada a série histórica. Esse aumento se reflete na elevação das concessões de créditos. 

Além disso, o comprometimento da renda familiar nesse período também foi alto, chegando a 27,6%. Isso significa que uma pessoa que recebe R$ 1500 por mês teria disponível para seus gastos somente R$ 1086 pois o restante (R$ 414) seria necessário para quitar as parcelas dos créditos ativos. 

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