Pesquisas da PB entram para programas de pós-graduação nos EUA

Pesquisadores têm trajetórias acadêmicas únicas, que se convergem em um ponto: os EUA

“Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”. A célebre frase atribuída ao professor e filósofo Paulo Freire, patrono da Educação brasileira, causou impacto e ainda hoje ecoa no universo acadêmico e da pedagogia. Sem Educação, não há evolução social, tampouco progresso. O futuro de uma nação depende dos rumos da Educação e de investimentos no setor. Quando o cenário não é favorável, o brilhantismo local salta aos olhos do exterior. Esta é a abordagem da quarta reportagem da série especial ‘Quem Estuda Vai Longe!’. Os pesquisadores Edson Meneses, Karoline Brito, Thomas Rocha e Welton da Silva possuem trajetórias acadêmicas únicas, que se convergem em um ponto: o reconhecimento pelos Estados Unidos.

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Welton da Silva é o mais novo entre os selecionados para programas de pós-graduação. Natural de Toritama, Pernambuco, ele tem 25 anos e se mudou para a Paraíba sozinho, para cursar Línguas Estrangeiras Aplicadas a Negociações Internacionais na UFPB. Não conhecia ninguém em João Pessoa e, além de ter que se adaptar a uma nova cidade, precisou lidar com dificuldades financeiras.

“Foi bem complicado no início. Fui sobrevivendo com bolsas de auxílio moradia e de projetos de extensão e pesquisa durante o curso. Busquei formas para aumentar a renda porque não queria sobrecarregar os gastos que a minha família já tinha em Pernambuco. No fim das contas, as bolsas foram de grande valia e me ajudaram na trajetória acadêmica”, conta Welton.

Welton se mudou de Pernambuco sozinho e não conhecia ninguém em João Pessoa (Foto: Arquivo pessoal)

Na Universidade Federal da Paraíba, Welton aprendeu inglês, francês e espanhol. Independentemente da grade curricular da graduação, também estudou alemão. Todo esforço foi em prol da realização de um sonho: morar nos Estados Unidos.

Welton da Silva estudou em escolas públicas desde o ensino fundamental. Aprender outros idiomas e morar fora do país poderia parecer algo inalcançável. Ele compreendia as limitações financeiras da família, mas a realidade nunca o impediu de alçar voos mais altos. Realizou cursinhos públicos de língua inglesa e, ainda no 2º ano do Ensino Médio, conseguiu uma vaga no programa estadual de intercâmbios Gira Mundo. Welton passou seis meses no Canadá, onde pôde conhecer nativos das línguas inglesa e francesa.

“No intercâmbio, aprendi que relações internacionais podiam solucionar problemas locais. Aquilo abriu minha mente”, recorda Welton.

Ele conta que chegou a tentar uma bolsa de graduação nos Estados Unidos, mas não foi aprovado. O objetivo, no entanto, havia sido apenas adiado. Ao fim da graduação na UFPB, em 2018, Welton decidiu se inscrever no programa de mestrado da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, através do Programa Oportunidades Acadêmicas, que ajuda jovens com alto potencial acadêmico que não possuem condições de financiar estudos nos Estados Unidos.

A linha de pesquisa dele — desenvolvimento de educação internacional com foco em políticas públicas — agradou. Ele passou em quatro das cinco universidades para as quais se inscreveu. Columbia era a prioridade, pois era a única que oferecia bolsa específica para brasileiros. A bolsa conquistada por Welton é integral e garante estada, alimentação e gratuidade em taxas da instituição por dois anos.

O processo de seleção foi duro. Welton precisou largar o emprego para se dedicar aos exames de avaliação e a perda de uma de suas maiores inspirações quase o fez desistir.

“Minha avó e minha mãe sempre foram minhas maiores motivações na vida. Elas sequer terminaram o ensino fundamental, mas sempre me incentivaram a crescer, me ensinaram como a educação era relevante. Minha avó morreu durante o processo de seleção e isso me abalou bastante, cheguei a ficar em dúvida se deveria continuar, mas acabei decidindo: seria por elas que eu continuaria”.

Welton na formatura da graduação, com a avó, Soledade, o irmão, Bruno, e os pais, Edvaldo e Rejane
Welton na formatura da graduação, com a avó, Soledade, o irmão, Bruno, e os pais, Edvaldo e Rejane (Foto: Arquivo pessoal)

Welton da Silva só viaja para Nova Iorque em agosto, mas já planeja o retorno ao Brasil. E a explicação pode ser resumida a uma única palavra: gratidão.

“Muito do que eu consegui foi através da educação pública. Muitos jovens não seguem nos estudos porque não têm motivação. Então eu ficaria muito feliz em desenvolver algum projeto que faça esses jovens acreditarem que eles podem, sim, chegar longe, que eles podem, sim, acreditar neles mesmos”, diz Welton.

Welton com um grupo de intercambistas na Universität Vechta, parceira da UFPB. Ele é a quarta pessoa da esquerda para direita, na fileira inferior.
Welton com um grupo de intercambistas na Universität Vechta, parceira da UFPB. Ele é a quarta pessoa da esquerda para direita, na fileira inferior (Foto: Arquivo pessoal)

O meteorologista Thomas Rocha Ferreira, de 28 anos, é outro que já pensa em compartilhar seus conhecimentos com a comunidade local. Graduado pela Universidade Federal de Alagoas, ele desenvolve pesquisas científicas na Paraíba desde o mestrado, realizado na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). É doutorando pela mesma instituição e foi selecionado pelo Programa Fulbright para desenvolver parte da pesquisa na Universidade de Nebraska-Lincoln. 

“Sou muito apegado ao Brasil. Se eu tiver oportunidade, a prioridade é o Brasil, principalmente se for para ser professor. Tenho esse sonho de lecionar, sobretudo no Nordeste, que é minha região”, avisa o alagoano, que, por outro lado, não descarta permanecer nos Estados Unidos por período maior que os nove meses inicialmente previstos no doutorado-sanduíche.

E a verdade é que a pesquisa de Thomas interessa muito ao estado de Nebraska. Desde o mestrado, o meteorologista trabalha com a utilização de imagens de satélites para obter informações sobre a superfície de culturas irrigadas. A ideia é estimar o quanto de água cada irrigante necessita, evitando desperdício e garantindo melhor distribuição do recurso natural. Os estudos começaram no perímetro irrigado de Petrolina e Juazeiro, mas agora Thomas Rocha propõe que os seus métodos sejam aplicados nas lavouras de Nebraska.

“A extração em excesso de água para irrigação é um problema sério. No caso do Rio São Francisco, por exemplo, estima-se que 70% do que é extraído serve às culturas irrigadas. Os outros 30% são destinados a outros usos, como abastecimento urbano, geração de energia e produção industrial. Se conseguirmos salvar água dos excessos na irrigação, podemos minimizar impactos ambientais e promover um melhor aproveitamento do recurso natural”, explica o pesquisador.

Desde a graduação, Thomas Rocha participa de estudos sobre ações de desenvolvimento do semiárido. Ele integrou, na condição de bolsista, projetos de iniciação científica que analisavam a frequência de secas e determinavam estimativas de chuvas. A linha de pesquisa no mestrado e doutorado foi apoiada pelo professor-orientador Bernardo Barbosa da Silva, da UFCG, e pelo norte-americano Christopher Neale.

Thomas Rocha na qualificação do doutorado (Foto: Arquivo pessoal)

O processo seletivo do Programa Fulbright envolve muitas etapas, dentre os quais destacam-se: carta de interesses do pesquisador, vídeo com apresentação pessoal, certificados que atestem a capacidade de compreensão e aplicação da língua inglesa em um contexto acadêmico (geralmente Toefl e/ou GRE), análise de currículo dos professores orientadores e entrevista.

“Fiz o Toefl três vezes até conseguir o nível exigido pelas instituições norte-americanas”, lembra Thomas. Ele se inscreveu no Programa Fulbright em agosto do ano passado e viaja para os Estados Unidos neste mês de julho. Uma vez instalado em Nebraska, ele desenvolverá suas pesquisas no Daugherty Water for Good Global Institute.

Thomas Rocha está empolgado para a experiência internacional. Mesmo tendo o retorno ao Brasil como prioridade de carreira, ele reconhece que o caminho para cientistas é árduo no país. 

“No Brasil não há suporte suficiente, mas muitos projetos e professores ajudam nesse processo, que é tortuoso, mas bastante compensador. A chave é persistência e conhecer a si mesmo, definir e perseguir os próprios objetivos”.

Thomas com a esposa, em frente ao Departamento de Meteorologia da UFCG (Foto: Arquivo pessoal)

O fisioterapeuta e profissional de Educação Física Edson Meneses da Silva Filho, de 33 anos, compartilha dessa visão. Ele também recebeu muito apoio de docentes ao longo de sua trajetória acadêmica. Natural de Camutanga, Pernambuco, Edson não tinha muita certeza de qual carreira seguir e acabou prestando vestibular para duas áreas. Cursou Fisioterapia na Universidade Federal e Educação Física na Estadual de Pernambuco. “Eu só sabia que queria a área de Saúde”, diz.

Na época, ele não teve acesso prévio a detalhes dos cursos, então foi descobrindo, aos poucos, com a rotina acadêmica, de qual área mais gostava. Nesse processo, o incentivo à iniciação científica por parte dos professores do curso de Fisioterapia foi crucial.

“Na Federal, tive mais estímulo para entrar no ramo de pesquisa. Desde cedo, participei de projetos e sempre procurava ler em inglês e pesquisar em inglês. Tive muita sorte de ter os professores certos, na área certa e nos momentos certos. Quando percebi, estava apaixonado por neurociência”, diz.

Edson Meneses fez mestrado em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e agora realizará parte de sua pesquisa de doutorado pela UFPB na Universidade da Cidade de Nova Iorque. Ele foi selecionado para uma bolsa de sete meses pelo Programa Fulbright e já está nos Estados Unidos.

A pesquisa de doutorado envolve a utilização de um aparelho de estimulação transcraniana de corrente contínua no tratamento de pessoas hipertensas. O equipamento foi desenvolvido por Edson Meneses ainda na graduação, quando foi constatada a eficiência do aparelho na reabilitação de funções motoras de pacientes que haviam sofrido acidente vascular cerebral (AVC). No mestrado, o equipamento se provou eficaz também na redução das dores de pacientes acometidos por chikungunya. Agora, ele vai usar a mesma técnica para diminuir a pressão arterial de hipertensos.

Aparelho de estimulação transcraniana de corrente contínua
Aparelho de estimulação transcraniana de corrente contínua (Foto: Arquivo pessoal)

“Esse aparelho foi construído com materiais recicláveis, não custou nem R$ 50. Ele tem interface pequena e circuito simples. Acredito que foi isso que mais chamou a atenção dos Estados Unidos, pois um equipamento que realiza estímulos cerebrais custa milhares de dólares por lá. Além disso, ele possui múltiplas funcionalidades. A diferença é a região cerebral em que colocamos o eletrodo”, diz Edson.

O pesquisador já coletou todos os dados possíveis dos hipertensos brasileiros e, nos Estados Unidos, fará mapeamentos para saber o que ocorre dentro da cabeça dos pacientes. O mecanismo do aparelho será avaliado por meio de projeções de modelos computacionais de alta resolução. O trabalho será realizado no Neural Engineering Group, um dos maiores laboratórios de bioengenharia do planeta.

Na UFCG, Edson Meneses é orientado pelo professor Rodrigo Pegado e, em Nova Iorque, será apoiado por Marom Bikson, referência mundial no ramo da neurociência.

“Minha expectativa para essa pesquisa é a mais alta possível. Tenho certeza que essa experiência vai abrir muito meus olhos”, diz Edson. “Sempre ouço dos professores que não são raros os convites para permanecer fora do país. Ainda não sei quais propostas podem surgir, mas quero muito ajudar o Brasil com o que eu aprender nos Estados Unidos”, complementa.  

Edson está animado para etapa da pesquisa nos Estados Unidos (Foto: Arquivo pessoal)

A engenheira química e professora da UFCG Karoline Brito, de 36 anos, também chamou atenção do governo norte-americano. Ela foi selecionada pelo Programa Fulbright para desenvolver pós-doutorado na área de Inteligência Artificial voltada para Engenharia Química. Karoline explica que sempre teve vontade de vivenciar experiência acadêmica fora do Brasil, mas por questões pessoais e profissionais só está conseguindo realizar o sonho agora. Ela viaja em julho para um período de seis meses na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Havendo oportunidade, a pesquisadora pretende permanecer por mais seis meses.

Filha de professores universitários, Karoline Brito fez graduação, mestrado e doutorado na UFCG. Ela já havia sido selecionada em outros programas, mas esbarrou na falta de investimentos em produção científica pelo governo brasileiro. Como o Programa Fulbright é um investimento do governo americano, a questão financeira, no caso dela, estava solucionada. Ainda assim, a professora e pesquisadora vê com preocupação os sucessivos cortes de verbas federais para a Educação.

Karoline Brito é pesquisadora e professora da UFCG (Foto: Arquivo pessoal)
Karoline Brito é pesquisadora e professora da UFCG (Foto: Arquivo pessoal)

“O governo tem cortado cada vez mais recursos das universidades. O primeiro impacto que a gente sente é a falta de bolsas para alunos e a falta de recursos para financiamento de pesquisas. Isso acaba desestimulando o aluno a continuar na academia, nós verificamos uma evasão muito grande”, lamenta.

Para Karoline Brito, a tendência é de que a ciência brasileira seja bastante prejudicada em um futuro próximo. “Daqui a três ou quatro anos, é possível que não tenhamos mais alunos dentro dos programas. Isso provocaria redução nas notas e índices das instituições, o que poderia inviabilizar a manutenção dos cursos de pós-graduação nas universidades públicas”, analisa.

Fuga de cérebros

Em junho, uma publicação do portal O Tempo, de Minas Gerais, apontou, com base em dados do Departamento de Imigração norte-americano, que a ida de pesquisadores brasileiros para atividade profissional no exterior ficou mais intensa no governo Jair Bolsonaro. O fenômeno é conhecido como ‘fuga de cérebros’.

De acordo com o levantamento, entre 2019 e 2020 a procura por visto permanente cresceu 40% em comparação com os anos de 2017 e 2018 (governo Michel Temer) e 135% em relação a 2015 e 2016 (governos Dilma Rousseff e Michel Temer).

Além dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Portugal costumam atrair bastantes profissionais brasileiros.

Consulado defende transformação local

O cônsul de Diplomacia Pública do Consulado Geral dos Estados Unidos da América em Recife, Jeffrey Lodermeier, defende que os pesquisadores retornem ao Brasil para aplicar técnicas e conhecimentos adquiridos no intercâmbio em suas comunidades. Ele elogia o potencial acadêmico de cientistas brasileiros e se impressiona com a capacidade que os brasileiros têm em se destacar em distintas áreas de conhecimento.

“Após os intercâmbios, muitos se tornam professores e ajudam novas gerações de pesquisadores. Os estudantes brasileiros se destacam em praticamente todas as áreas e os impactos desses conhecimentos são diversos. É muito bom quando as pessoas voltam dos intercâmbios e impactam a comunidade local. No meu trabalho, tive oportunidade de conhecer muitas histórias assim e isso me orgulha muito”, conta Lodermeier.

De acordo com o cônsul, que atua nos setores de Imprensa, Educação e Cultura, Brasil e Estados Unidos mantêm uma relação estreita no que diz respeito a intercâmbios de cientistas. Ele explica que somente no Programa Fulbright quase 5.000 bolsas foram concedidas a brasileiros e mais de 3.000 norte-americanos vieram estudar no Brasil.

Jeffrey Lodermeier destaca que a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil assinou um memorando de entendimento com o Governo da Paraíba visando o intercâmbio de boas práticas em diversos segmentos. O acordo, fechado em maio deste ano, envolve a constituição de um grupo de trabalho composto por autoridades públicas e equipes técnicas, que vão identificar e priorizar as áreas de colaboração.

“Recentemente, o Consulado dos Estados Unidos assinou um termo de cooperação com o Nordeste e com o estado da Paraíba para desenvolver ações que promovam Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia, Segurança Pública, Agricultura, Turismo, Comércio e Investimentos. Depois da pandemia, pretendemos ampliar essa parceria. A comunidade paraibana interessa muito ao Consulado”.

Governo da Paraíba assina parceria com Embaixada dos Estados Unidos
Governo da Paraíba assina parceria com Embaixada dos Estados Unidos (Foto: Divulgação/Secom-PB)

O Governo da Paraíba espera que o memorando resulte na geração de emprego e renda e na inserção do estado nas rotas nacional e internacional de negócios. À época, a parceria também foi celebrada pela cônsul-geral interina dos Estados Unidos em Recife, Catherine Griffith. “Nós identificamos centenas de paraibanos com conexões com os Estados Unidos em áreas estratégicas para o desenvolvimento e reconhecemos os esforços na saúde, educação, segurança pública. Eu desejo à Paraíba um futuro de saúde e prosperidade, alimentada por parcerias que serão fortalecidas por meio do memorando de entendimento”, falou.

Como estudar nos Estados Unidos?

Os estudantes e pesquisadores que desejam vivenciar uma experiência nos Estados Unidos podem procurar gratuitamente a EducationUSA, fonte oficial para informações sobre estudos no país norte-americano. A rede de centros de orientação representa o conjunto de instituições estadunidenses. Além de atender estudantes interessados em pós-graduação ou programas profissionais, a EducationUSA também oferece assistência a estudantes do Ensino Médio que planejam graduação ou que queiram participar de programas de verão.

De acordo com Daniely Marina, representante da rede, o nível de inglês varia de acordo com a instituição para qual o estudante deseja se candidatar. Também podem ser exigidos exames específicos dependendo da área de estudo do interessado.

“Também há uma dimensão mais holística. Eles vão analisar, sim, os testes e notas escolares, mas também a forma como a pessoa se apresenta para a instituição, o plano de pesquisa, cartas de recomendação e habilidades comportamentais, que são as atividades extracurriculares, a exemplo de uma participação em olimpíada científica, manter um blog, atuar em projeto voluntário, ser representante de turma, entre outras atividades”, elenca Daniely Marina.

Ainda segundo a representante da EducationUSA, se um estudante tiver condições financeiras de custear o curso ele tem mais chances de ser admitido, pois nem todas as instituições oferecem bolsas. No entanto, ela destaca que a questão não é determinante, uma vez que, a depender do potencial acadêmico, é possível conseguir bolsas integrais. A EducationUSA divulga as oportunidades de bolsas nas redes sociais. 

Daniely Marina alerta que o ano letivo nos Estados Unidos começa no segundo semestre, logo, o estudante interessado normalmente deve submeter sua candidatura até o fim do ano anterior ao do início do curso. Ela também destaca que, em alguns cursos da graduação, podem haver diferenças em relação ao sistema de ensino brasileiro, principalmente na área da Saúde ou Direito.

“Nos Estados Unidos, esses são cursos essencialmente profissionais. Então o aluno não faz uma graduação em Direito ou Medicina. No caso do curso de Direito, o aluno precisa fazer uma graduação numa área afim e, depois que ele já tiver o bacharelado, ele fará um ciclo na área de Direito. No caso de Medicina, o estudante fará o que eles chamam de Pre-Med, que poderá ser um curso de biologia, biomedicina, neurociência, por exemplo. Durante esse curso ele ficará de olho sobre o que ele precisa fazer para se candidatar à Escola de Medicina. Ou seja, ele terá que cumprir as disciplinas que precisa não somente para se graduar na área escolhida previamente, mas também para reunir os créditos e notas necessários para a Escola de Medicina”, explica.

A representante da EducationUSA encoraja brasileiros a buscarem experiências acadêmicas nos Estados Unidos. Ela destaca que, além de expandir conhecimentos, o estudante criará uma rede de contatos com pessoas de diversas nacionalidades, uma vez que os Estados Unidos é o país que mais recebe estudantes estrangeiros do mundo. 

“Estudar nos Estados Unidos é uma grande oportunidade para todos os alunos que têm essa vontade, que têm ousadia e coragem de mudar um pouco o que seria o processo natural. A educação nos Estados Unidos é extremamente ampla, diversa e multicultural. Ela estimula o aprendizado global, o pensamento crítico e as habilidades comportamentais. A todos os alunos que pensam nessa possibilidade, a EducationUSA pode ajudá-los a chegar lá”, finaliza.

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