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Especialista do Unipê explica os riscos da hipertensão

No Brasil já são mais de 38,1 milhões de brasileiros com a doença, segundo a PNS

Divulgada em 2020, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que os casos de hipertensão se acentuaram desde 2013, quando saiu a última edição do levantamento. São mais de 38,1 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais vivendo com a doença. O número equivale a 23,9% dessa população, representando 2,5 pontos percentuais além do registrado em 2013.

Ainda, a doença tem aumentado entre os jovens adultos brasileiros. Mas quais são os seus riscos? Ela pode desencadear doenças cardiometabólicas, como obesidade, distúrbios do sono, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. E o contrário também pode ocorrer. “Ser diabético pode implicar em ser hipertenso no futuro”, conta a Profa. Ma. Jennifer Suassuna, de Educação Física do Unipê.

Mortes súbitas, infartos e até acidentes vasculares encefálicos têm relação com aumentos súbitos da pressão arterial, mesmo em quem não tem a doença. “Às vezes uma condição estressora, seja de trabalho, de saúde ou outro motivo, fez com que a pessoa gerasse um pico hipertensivo e o corpo dela não consegue lidar com esse aumento de pressão. Consequentemente gerará um aumento, a depender da predisposição que aquela pessoa tem”, diz.

A hipertensão é também considerada um fator de risco de embolia (conhecida como trombose), parada cardíaca e insuficiência cardíaca. Jennifer explica: quando temos a pressão aumentada o dia inteiro, geramos um estresse no sistema cardiovascular. E, nesse contexto, possuímos um receptor de pressão localizado nas artérias para fazer um autocontrole no organismo, mas que pode se extinguir com a sustentação da alta pressão.

“Se você é hipertenso e sua pressão está alta constantemente, o sangue está ali o tempo todo estimulando o receptor. E tem uma hora que o receptor não funcionará mais, porque perderá a sensibilidade”, explana Jennifer, que trabalha com grupos especiais, incluindo hipertensos.

“O fato de a pressão estar aumentada causa constrição no vaso. Isso faz com que o vaso sanguíneo fique rígido com o tempo. Aos poucos ele terá dificuldades de fazer vasodilatação. Essa rigidez arterial favorecerá também o processo de ateroesclerose, de formação do estresse oxidativo, de placa de ateroma, entre outros”, coloca. “Está tudo interrelacionado. É por isso que é muito comum um hipertenso, no final da vida, principalmente um hipertenso descontrolado, ter um evento cardiovascular, além de ter outra doença associada”, acrescenta.

E Jennifer lembra: é raro encontrar um idoso apenas hipertenso, pois geralmente há uma comorbidade, como obesidade ou diabetes. “Essa pessoa chegou à hipertensão idosa e terá tantos anos de repercussão. Mas, se chegou jovem, como será a sobrevida dela?”, indaga a docente. No caso do jovem, é possível que não atinja os 80 anos de idade, segundo a docente. A expectativa de vida dos brasileiros é de 76,7 anos para os nascidos em 2020, de acordo com o IBGE.

Palavras Chave

HipertensãoSaúde
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