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Funjope apresenta projetos de literatura e dança na Casa da Pólvora

Artista Juan Alves apresenta o espetáculo de dança 'Aquilombar-se', e Railson Almeida, 'A Natureza da Cebola Roxa', que envolve literatura
Programação
Casa da Pólvora (Foto: Divulgação/Secom-JP)

A Casa da Pólvora, no Centro Histórico de João Pessoa, recebe, neste sábado (4), a partir das 18h, duas expressões culturais referentes ao edital de ocupação do equipamento.

Na programação, realizada pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da Fundação Cultural (Funjope), o artista Juan Alves apresenta o espetáculo de dança ‘Aquilombar-se’, e Railson Almeida, ‘A Natureza da Cebola Roxa’, que envolve literatura.

‘A Natureza da Cebola Roxa’ – A criação se inscreve enquanto realidade ficcional, na qual a sociedade vive a partir das doutrinas estabelecidas pela religião soberana que segue rigidamente a Sagrada Escritura. Nela, o estilo de vida de todos é controlado pela religião e quem atentar contra as normas será punido. O principal dogma imposto é a psicocastração, que proíbe qualquer manifestação de afeto entre pessoas.
 
Em meio a essa realidade, surge um personagem inquieto, curioso e crítico a esse contexto. Após descobrir o poder do afeto, ele irá fazer questionamentos e incitar uma revolta dentro de sua casa para obter as respostas que procura e assim emancipar-se e adquirir um entendimento maior da realidade à qual está inserido. Seu ímpeto é de transformação e ele fará o que for possível para isso.
 
‘Aquilombar-se’ – Em forma de reza, o experimento ‘Aquilombar-se’ se propõe, por meio da dança contemporânea, a questionar as estruturas de afeto entre as pessoas negras e de que forma esses afetos afetam as relações consigo e com a sociedade. O aquilombamento é pensado como uma relação de empoderamento de homens e mulheres que formavam quilombos para conseguir sobreviver fisicamente, socialmente e culturalmente à repressão da sociedade escravocrata.
 
No projeto, o quilombo se apresenta como uma forte tentativa de sobreviver a uma política de morte crescente. O trabalho não objetiva dar voz, porque as vozes ecoam há muito tempo, mas oportuniza que essas vozes sejam ouvidas, não tolerando mais qualquer silenciamento ou intimidação vinda da cultura de medo ensinada no leite do peito.
 
Os diálogos propostos surgiram a partir da inquietação com a forma como se admite que um negro seja morto por portar um guarda-chuva ou um pinho-sol, por ter artigos de luxo ou por expressar sua religião. Apresenta-se um corpo com sede de denunciar essa política de morte e sofrimento instaurada sobre os corpos negros que convivem com um sistema que visa extinguir esse povo a partir da extinção de suas línguas, memórias, crenças e valores.

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