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Higiene bucal infantil: saiba os principais cuidados e precauções

Especialista do Unipê dá orientações que devem iniciar já no pré-natal com a gestante

Os cuidados bucais com as crianças são essenciais desde o nascimento. O que muitos não sabem é que o ideal é a consulta odontológica iniciar já no pré-natal com a gestante, tanto para seu autocuidado como para receber as orientações educativas e preventivas no período em que a pessoa está mais receptiva por informações sobre a saúde bucal e bem-estar do bebê.

E segundo a professora do curso de Odontologia do Unipê, Roberta Trinta, a primeira consulta da criança deve ser feita ainda nas primeiras semanas de vida para a realização do exame da cavidade bucal e avaliação do frênulo lingual (conhecido também por “freio lingual”, estrutura anatômica importante para a sucção, fala e alimentação), realizando o teste da linguinha.

Além disso, a cirurgiã-dentista explica: é preciso estimular o aleitamento exclusivo até os seis meses, orientar para retardar o consumo de açúcar e evitar a instalação de hábitos de sucção não nutritiva, como chupar o dedo. Já quanto aos primeiros cuidados com a higiene bucal, Roberta aponta que ela não é necessária quando ainda não há dentes e o aleitamento é exclusivo – o leite materno protege toda a cavidade oral do bebê neste período.

“Com o surgimento do primeiro dentinho, os cuidados mudam. O indicado é realizar a higiene pelo menos duas vezes ao dia, com escovas infantis com creme dental com flúor, que deve conter de 1.000 a 1.500 ppm (partes por milhão) de flúor, ou seja, o mesmo da família, na quantidade de um ‘grão de arroz cru’. E estimular o consumo de frutas, verduras e legumes, seguindo uma rotina diária de cuidados”, detalha.

Assim como chupar o dedo, o uso de chupetas e mamadeiras atrapalham o desenvolvimento dos dentes, pois interferem negativamente no desenvolvimento da face, de funções vitais como respiração, deglutição e na oclusão dentária.

“Vale destacar que os estímulos fisiológicos normais provenientes da amamentação no seio, da respiração nasal e da mastigação de alimentos com mais consistência (mais duros, secos e fibrosos) propiciam o desenvolvimento harmonioso da face e consequentemente das arcadas dentárias”, argumenta.

Esses cuidados com a higiene bucal diminuem a cárie dentária, doença bucal mais prevalente nas crianças, seguida pela gengivite e pelas maloclusões (alinhamento anormal dos dentes superiores e inferiores).

“Muitos responsáveis também têm dúvida sobre em qual momento buscar um ortodontista. Toda doença deve ser tratada assim que diagnosticada, como a malocusão. Na fase da dentadura decídua, ou dos dentes de leite, a maloclusão já pode estar instalada precocemente, e o tratamento não necessariamente será por meio de aparelhos. Uma criança com três anos, com uma mordida cruzada unilateral pode ser tratada com ‘pistas planas simples’ ou ‘planos inclinados’. Por isso a importância da consulta com o odontopediatra para diagnóstico precoce é fundamental”, exemplifica.

Nesse sentido, os aparelhos ortopédicos funcionais têm como característica a mudança de postura e o restabelecimento harmonioso da face da criança, o equilíbrio estético e a normalização das funções de mastigação, deglutição, respiração e fonação. “Já os aparelhos ortodônticos atuam mais diretamente nas arcadas dentárias. Portanto cada aparelho tem sua indicação”, diferencia a especialista.

Roberta ainda salienta a importância do aleitamento materno, higiene bucal, uso de dentifrício fluoretado (creme dental com flúor), diminuição do açúcar e incentivo do consumo de alimentos mais consistentes, secos e fibrosos, além da visita regular ao odontopediatra para prevenir agravos e promover a saúde.

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