Três crianças assistidas pelo Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), vinculado à Universidade Federal de Campina Grande e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vão passar por uma cirurgia para resolver uma estenose laringotraqueal, um problema que impede fala e respiração oral e faz com que crianças precisem de um tubo para respiração por traqueostomia.
O procedimento ocorrerá no dia 26 de outubro, como parte de um curso de capacitação que será ministrado em Campina Grande pelo especialista Cristiano Feijó Andrade, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), vinculado academicamente à Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Segundo o médico coordenador de cirurgia torácica do HUAC, professor Juarez Carlos Ritter, o Curso de Atualização em Tratamento Cirúrgico das Estenoses Laringotraqueais em Crianças será realizado no dia 25 de outubro, às 19h, no auditório do HUAC. A capacitação também contará com uma aula do médico radiologista Arquimedes Aires Braga de Lira, dos quadros do Hospital Universitário de Campina Grande, tratando sobre métodos de imagem na avaliação estenose laringotraqueal.
Médico Juarez Ritter do HU de CG (Foto: Divulgação)
“As estenoses laringotraqueais são pouco frequentes, mas sua frequência e prevalência têm aumentado nos últimos tempos. É uma doença que muitos poucos profissionais têm experiência. Então, vamos trazer um cirurgião especialista em cirurgia torácica, com uma grande experiência no tratamento de crianças com estenose laringotraqueal. Ele vai ministrar uma aula na quinta-feira à noite e vai fazer uma demonstração das técnicas que adota no Rio Grande do Sul, operando três crianças no dia seguinte”, afirmou o médico Juarez Ritter.
Atualmente, existem oito crianças no HUAC que aguardam por uma cirurgia desse tipo. “A gente mandou os dados de três, respeitando o critério de espera na fila de cirurgia. Foram feitos os exames necessários e definido o material que será necessário para operar essas crianças. Agora, tudo está pronto para o procedimento”, afirmou o coordenador de cirurgia torácica do HUAC.
Segundo ele, a instituição tem grande experiência em estenoses laringotraqueais em adultos, mas ainda não realizou procedimento semelhante em crianças menores de seis anos de idade.
“Todas essas crianças estão com a traqueia fechada, respirando por meio de uma traqueostomia, que é uma cânula no pescoço. Para reverter isso, tem que corrigir essa estenose laringotraqueal, preservando a recuperação da voz. Assim essa criança, além de respirar pela boca, também deve voltar a falar”, ressaltou Juarez Ritter.