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Os ingressos para as duas apresentações do ícone da MPB, Geraldo Vandré, esgotaram-se em 15 minutos. Após 50 anos afastado dos palcos, Vandré fará dois show em João Pessoa, nesta quinta (22) e sexta-feira (23), no Espaço Cultural.
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Durante a coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (21), Geraldo Vandré foi interrompido pelo coro de fãs cantando lá fora a clássica “Caminhando (Pra não dizer que não falei das flores)”. O próprio se espantou: “Que loucura!”
As entradas começaram a ser distribuídas a partir das 10h desta quarta-feira (21). Segundo relatos, as filas começaram a se formar por volta das 5h e ocuparam grande parte do Espaço Cultural. Poucos minutos após a liberação, os ingressos foram esgotados. Foram disponibilizados 570 bilhetes para cada apresentação.
O evento será dividido em dois atos. No primeiro, Vandré sobe ao palco acompanhado da pianista Beatriz Malnic, com quem executa seis peças para piano compostas pela dupla. Já no segundo ato, a Orquestra Sinfônica da Paraíba, acompanhada do Coro Sinfônico do Estado, executará composições do homenageado, como: Caminhando/Pra não dizer que não falei de flores, À Minha Pátria, Mensageira e Fabiana.
O paraibano vai fazer este show após 50 anos de hiato na carreira. Durante entrevista, o artista ressaltou a emoção de retomar as apresentações em sua cidade natal. Vandré revelou a emoção de voltar a se apresentar, mas comentou que o sentimento não atrapalha.
“A emoção vem sempre, né? Mas não atrapalha, sou muito calculista”, disse. De poucas palavras, o cantor define seu espetáculo como um show e evita chamar a apresentação de ‘evento’. “Evento é algo eventual. Será um recital de piano, com participação da orquestra”, comentou.
Por fim, Geraldo Vandré ressaltou a importância da apresentação ser intimista. “Eu quero dialogar com o público. Vai ser o que estamos fazendo aqui, só que com 600 pessoas”, finalizou o artista.
Sobre Geraldo Vandré
Geraldo Vandré é um dos artistas mais célebres da música popular brasileira. Ganhou destaque ao compor canções como: “Pra não dizer que não falei de flores”, “Disparada”, “Fica Mal com Deus”, dentre outras.
Subiu ao palco pela última vez no Brasil, no auge de sua carreira, em 12 de dezembro de 1968 – um dia antes da publicação do Ato Institucional nº5 (AI-5), um ato que, entre outras atrocidades, suprimiu a liberdade de expressão no Brasil.
Depois de fazer o Maracanãzinho lotado cantar o refrão de “Para não dizer que falei de flores”, passou a ser o artista mais requisitado, mas foi obrigado a sair do Brasil. Tempos depois, os militares condicionaram sua permanência no país ao compromisso de não cantar músicas de protesto. Ele respondeu com um silêncio absoluto, e desde então passou a ser conhecido como um “mito da MPB”.
*Com informações de Audaci Júnior, do Jornal Correio da Paraíba
Sistema Correio de Comunicação.
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