O diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, disse nesta sexta-feira (1º) que há a expectativa de concluir ainda no mês de novembro a investigação sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de assessores em uma suposta tentativa de golpe de Estado no país, o que resultou nos atos extremistas de 8 de janeiro. A declaração foi dada cerimônia sobre contrato de locação de dois helicópteros modelo BELL 412ep para uso da corporação. As informações são do R7, parceiro nacional do Portal Correio.
“A investigação tem seu curso e prazo necessários para que a gente cumpra a tarefa do trinômio básico: autonomia, qualidade da prova e responsabilidade. A equipe tem trabalhado com essas premissas. E tem a expectativa de concluir todas as investigações que dizem respeito aos ataques a nossa democracia”, disse o diretor da PF.
Em fevereiro, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e 4 de prisão preventiva em nove estados e no Distrito Federal na Operação Tempus Veritatis, que investiga a suposta organização de um golpe de Estado em 2022 em prol do candidato derrotado e ex-presidente Jair Bolsonaro, com a participação de ex-assessores, militares e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Conforme as investigações, ex-presidente Bolsonaro teria pressionado os ministros do governo, durante reunião realizada em 5 de julho de 2022, para que promovessem e replicassem “desinformações e notícias fraudulentas” quanto à confiança do sistema eleitoral brasileiro, revela o processo.
Além disso, uma minuta de golpe de Estado foi encontrada no escritório de Bolsonaro na sede do PL. O rascunho previa uma declaração de estado de sítio e um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no país. Segundo a PF, o ex-presidente chegou a solicitar alterações à minuta de golpe de Estado antes de apresentá-la a comandantes das forças militares.
Na segunda versão, as ordens de prisão do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), teriam sido retiradas a pedido de Bolsonaro. Apenas o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), continuou na mira.
As mudanças teriam sido solicitadas ao ex-assessor Filipe Martins, “tendo o mesmo retornado alguns dias depois ao Palácio do Alvorada e alterado o documento conforme solicitado”, segundo o processo. O documento teria sido apresentado aos comandantes do Exército e da Marinha e ao então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, em 7 de dezembro de 2022.