Há mais de trinta anos investi naquele loteamento com praticamente zero de infraestrutura. Ainda estava na planta. O bônus era – claro – o mar de azul profundo que ladeava toda a área. Mas era preciso enxergar além do coqueiral para apostar na promessa proclamada de que Intermares viria a ser, um dia, nossa Barra da Tijuca.
Esse dia ainda não chegou.
Há quinze anos moro no bairro e, à exceção da avenida litorânea, construída com muita visão pelo então governador Tarcísio Burity, viabilizando a ligação com o Bessamar e, por conseguinte, Cabedelo e João Pessoa, sucessivas gestões municipais desastrosas barram a promessa de surgimento da Barra made in Paraíba.
Todas as nossas expectativas foram frustradas – um fenômeno que fez migrar a onda de investimentos imobiliários para outras área da região metropolitana (entre os quais se destaca, com mérito, o novo Altiplano).
Nem mesmo os equipamentos públicos implantados sobreviveram ao abandono. Com manutenção mínima, algumas avenidas, por exemplo, estão intransitáveis.
Apesar dos danos que esse abandono provoca, outros visionários mantêm a aposta em Intermares.
Em ruas esburacadas, novos equipamentos surgem a cada dia. São bancos, escolas, supermercados e até um empório que poderia estar nos melhores endereços do País – seja na Barra carioca ou nos Jardins paulistanos.
Com a San Patrick, o empresário Alírio Trindade disponibiliza um investimento de qualidade realmente indescritível.
O que já é real se alia ao que ainda é expectativa, a exemplo de um shopping em Intermares, cuja iminente construção elevará a estratosfera o potencial de crescimento do bairro.
E são essas apostas, estes investimentos, que animam Roberto.
Pois, mesmo com ventos tão desfavoráveis, há anos soprando sobre o bairro, renovo a fé do visionário que, há três décadas, investiu em um loteamento rascunhado.
O epicentro dessa esperança reside na renovação política na administração de Cabedelo, que levou Leto Viana ao comando da Prefeitura e o levará – com certeza – a reconhecer o potencial de Intermares.
Leto haverá de enxergar a capacidade de crescimento do bairro, e por conseqüências, a ampliação da geração de IPTU – muito além do nível de recolhimento atual – e o papel de protagonista que Intermares pode assumir como motor de desenvolvimento de uma cidade que, a despeito de operar a terceira maior receita do Estado, parece condenada ao um estacionamento eterno na decadência.
Ele perceberá que tem em suas mãos um equipamento estratégico.
E então teremos, enfim, nossa Barra da Tijuca.