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João, Cartaxo e Ricardo vão ‘comandar’ eleições em 2020

A menos de 10 meses para definição de candidaturas e coligações partidárias para as eleições de 2020, pelo menos 10 pré-candidatos estão na corrida para se credenciar à sucessão do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), que foi reeleito em 2016, em uma coligação formada por 12 partidos (PSD/PMDB/PTN/PRB/PMN/PSDB/PP/PCdoB/PHS/PSC/SD/PSDC), que venceu a disputa no primeiro turno em um embate com a atual deputada estadual Cida Ramos (PSB), que teve o apoio do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e contou com uma coligação formada por 17 partidos (PSB / PTB / PDT / DEM / PPS / PV / PROS / PRTB / PPL / REDE / PSL / PR / PEN / PRP / PMB / PTC / PT do B). Correndo por fora, estavam os candidatos do PT, Charliton Machado, e do Psol, Vitor Hugo, que concorreram em chapas puro sangue, sem coligações.

Apesar de vários nomes já postos como opção para o pleito, as composições partidárias só deverão se fechadas na última hora, pela própria instabilidade dentro das legendas, que buscam sempre melhores acomodações e chances de vitórias.

Para se ter uma ideia dos 12 partidos que ajudaram a reeleger Luciano Cartaxo em 2016, muitos já deixaram o barco, como é o caso do MDB, PMN, PCdoB. Em contrapartida, outros que fizeram parte da coligação de Cida Ramos, como é o caso do PV, que aderiu à gestão do prefeito, passou a ser comandado por ele e já abriga seus principais aliados.

A base de sustentação do prefeito Luciano Cartaxo na Câmara é formada pelo PSD, Progressista, PSDB, PSC, DC, Republicanos e PV, que também ocupam cargos no primeiro escalão da gestão municipal, e estão trabalhando duro para eleger o sucessor e dar continuidade ao projeto iniciado em 2012.

Na oposição, a crise interna do PSB, com a possibilidade de rompimento político do governador João Azevêdo com o ex-governador Ricardo Coutinho, poderá dissolver a coligação, e vários partidos da base socialista já apresentam nomes de possíveis pré-candidatos, mesmo com o nome de Ricardo Coutinho já posto como favorito para ser candidato a prefeito da Capital. Até o PT, que teve candidatura própria na eleição de 2016 e passou a fazer parte da coligação encabeçada pelo PSB, dá preferência a apoiar o nome do ex-governador.

Assim, a disputa eleitoral do próximo ano deverá ser bastante acirrada, a uma pulverização de candidaturas, representantes da situação e da oposição. Lideranças políticas da base do prefeito Luciano Cartaxo e da oposição, ligadas ao ex-governador Ricardo Coutinho e ao governador João Azevêdo estão de olho na Prefeitura da Capital, para comandar a maior cidade do Estado. Isso sem falar dos chamados partidos da esquerda, Psol e PSTU, que ainda vão deflagrar as discussões sobre as eleições de 2020 e se vão lançar candidaturas próprias ou não.

Pela situação

O prefeito Luciano Cartaxo – ex-filiado ao PT e ao PSD, e atual presidente estadual do PV – passou muito tempo sem querer falar sobre a sucessão municipal. Mas já admitiu que o nome do candidato que vai apoiar para Prefeitura sairá da gestão. Os nomes mais cotados até agora são dos secretários Diego Tavares (Desenvolvimento Social), Adalberto Fulgêncio (Saúde) e Zennedy Bezerra (Desenvolvimento Urbano).

Mas outros poderão ser credenciados, a exemplo das secretárias Socorro Gadelha (Habitação), Daniella Bandeira (Planejamento) e Sachenka da Ora (Obras). Isso sem falar no vice-prefeito Manoel Junior, presidente do Solidariedade na Paraíba, que também já anunciou a possibilidade de disputar o pleito.

Outro nome de partido da base que vem sendo apresentado como pré-candidato para a disputa é o do deputado federal Ruy Carneiro, presidente do PSDB em João Pessoa, que já iniciou as discussões neste sentido. Já que outro nome cogitado pelos tucanos, o do ex-senador e ex-prefeito de João Pessoa Cícero Lucena, anunciou que não pretende se candidatar, mas apenas apoiar as ações do partido.

Isso sem falar nos vereadores da base aliada de Cartaxo que também nutrem o desejo de ser ungido pelo gestor como nome para disputar a sucessão municipal, dentre eles, o líder Milanez Neto (PTB), que também deverá mudar de partido; o vereador Marcos Vinícius (PSDB) e o vereador Durval Ferreira, que deverá se filiar ao PL (presidido por Wellington Roberto na Paraíba).

Em meio a tantos nomes, para só uma vaga, Cartaxo prometeu começar o processo de discussão até o próximo mês, para definir em tempo hábil um nome que tenha a sua identidade e a da administração, e também que seja competitivo.

De acordo com Zennedy Bezerra, secretário de Desenvolvimento Urbano e um dos nomes cotados para ser candidato a prefeito pelo grupo da situação, o prefeito Luciano Cartaxo tem de tudo para fazer seu sucessor. “Nós temos o prefeito e o governo bem avaliados. A avaliação positiva é 70 %, Isso com certeza vai alavancar o sucessor que o prefeito indicar”, comentou o secretário.

Zennedy Bezerra destacou, também, que o foco da equipe é a gestão, com a execução das ações e metas prioritárias. “A gestão continua nos eixos. O equilíbrio fiscal nos permite uma gestão com resultados positivos e sem turbulências em relação aos servidores, as ações, aos serviços e as obras. A Comunidade do S, o Parque Ecológico Sanhauá, a Nova Epitácio são provas incontestes disso, que serão avaliadas pela população pessoense”, comentou.

Nomes da oposição

A oposição deve seguir dividida nas eleições do próximo ano. Há não ser que até o início de agosto, prazo final para realizações das convenções partidárias se una em torno de uma única candidatura, e a mais cotada está sendo a do ex-governador Ricardo Coutinho, que assumiu o comando do partido no Estado pensado em retomar o projeto político na disputa pela prefeitura da Capital.

Além da pré-candidatura de Ricardo Coutinho, que já comandou os destinos da Capital por dois mandatos, antes de assumir o Governo do Estado em 2011, outros nomes de partidos de oposição a Cartaxo já foram lançados como pretensos candidatos, dentre eles o do deputado estadual Wilson Filho (PTB), do deputado federal Efraim Filho, deputado estadual Felipe Leitão e do suplente de deputado Raoni Mendes, todos do Democratas. Inclusive Felipe Leitão está prestes a trocar a legenda pelo Avante, para ser pré-candidato na sucessão municipal.

Outros partidos de oposição a Cartaxo, que têm tradição no lançamento de candidatos à Prefeitura da Capital, como o PT, MDB, PSol e PSTU, ainda não iniciaram o processo de discussão para as eleições na Capital.

O presidente do PT na Paraíba, Jackson Macedo, disse que a prioridade do partido é a unidade do chamado ‘Campo Democrático Popular’. Segundo ele, o desejo é que o PT, PSB, PDT, PCdoB, Rede, Psol, UPE, todos os demais partidos que fazem oposição ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) estejam juntos nas eleições do próximo ano em João Pessoa.

“O nome que melhor representar esse campo será o candidato a prefeito. Eu particularmente acho, a título de hoje, o nome do ex-governador Ricardo Coutinho é um nome que pode unificar esse campo, mas logicamente ele precisa dizer que é candidato”, comentou o petista.

De acordo com Jackson Macedo, Ricardo Coutinho dizendo que será candidato, o PT terá preferência pelo nome dele. “Agora ele não sendo candidato, eu defendo que o PT tenha candidato. Nós temos nomes como o de Luiz Couto, Anísio Maia, Nelson Lira. Mas eu repito, a preferenciabilidade do PT é o apoio à candidatura de Ricardo Coutinho, porque eu acredito que ele é quem melhor representa a unidade do ‘Campo Democrático Popular’ aqui em João Pessoa. Se ele não for, o PT vai sentar e avaliar a possibilidade de ter candidatura própria”, declarou o presidente.

O presidente do PSol na Paraíba, Tárcio Teixeira, disse que o partido ainda não tem definição sobre a candidatura a prefeito de João Pessoa, mas está aberto ao diálogo com partidos no campo da esquerda. “Esse ano não teremos a antecedência costumeira do PSol em tomar essa decisão. A conjuntura demanda maior debate na esquerda e, além disso, estamos sugerindo que quem já foi candidato majoritário sai na chapa de vereador”, revelou.

De acordo com Tárcio o partido tem veto aprovado pelo Diretório Nacional do PSol para não dialogar com nenhum partido do Centrão ou da Base do Governo. “Dialogaremos apenas entre os que estão na oposição”, enfatizou.

A presidente do PSTU na Paraíba, Rama Dantas, disse que seu partido ainda não iniciou as discussões sobre as eleições de 2020. “Vamos definir essas questões só a partir do próximo ano, seguindo as diretrizes nacional para defender as bandeiras de luta da classe trabalhadora”, comentou.

Outros partidos devem apresentar pré-candidaturas, até com o intuito de se compor com outras legendas na formação da chapa majoritária e até mesmo configurar como vice, já que está mantida as alianças para disputa de prefeito. No entanto, tudo vai depender das acomodações partidárias que só serão finalizadas em 5 de abril do próximo ano, fim do prazo para mudanças de partido e para o ingresso em legenda para disputar as eleições do próximo ano. Até lá haverá apenas projeções.

*Adriana Rodrigues, do jornal CORREIO

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