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A cidade de João Pessoa é uma das capitais entre os estados do Nordeste que não têm clássico tradicional no futebol. Durante muitos anos, até a década de 1990, Botafogo e Auto Esporte faziam um grande duelo, levando grandes públicos ao estádio Almeidão. Mas nos últimos 30 anos isso não se repete, já que o clube automobilista não tem formado time capaz de duelar com o oponente.
Em outras capitais têm até mais de um clássico, como é o caso do Recife e Fortaleza. Dirigentes de Botafogo e Auto Esporte apontam alguns requisitos que são necessários para a volta do clássico Botauto. Os motivos que fizeram este encontro não ter a mesma empolgação de anos são destacados, como olhar diferenciado por parte dos seguintes empresários e públicos, principalmente, como apontam os automobilistas.
O mais crítico, neste sentido, é o ex-presidente Manoel Demócrito de Assis. Ele relaciona um verdadeiro rosário de motivos para justificar as causas do Auto Esporte ter perdido força ao longo das últimas décadas.
“Para resumir o futebol da Capital é que, o Auto Esporte vem em decadência. A última vez que o clube teve um elenco para encarar seus adversários (Sousa, Treze, Campinense, Botafogo…) na década 2010.”
“Faltam dirigentes tradicionais que se afastaram do clube e o Auto Esporte caiu para a Segunda Divisão. Infelizmente falta uma boa vontade por parte das instituições públicas que têm um olhar diferenciado para o Botafogo, que não é culpado, mas na verdade se beneficia. Com isso, o clássico Botauto caiu totalmente daquela disputa que havia lotado o estádio Almeidão”, afirmou Manoel Demócrito.
Manoel Demócrito destaca ainda que fica difícil a cidade de João Pessoa voltar a ter um clássico como acontece em outras capitais. Ele observa que outros clubes como CSP, Santos e agora o VF4 estão muito longe de formarem elencos com capacidade de duelarem com o Botafogo que tem uma estrutura básica, sendo beneficiado ao longo dos tempos.
O CSP chegou a formar bons times em três temporadas, chegando a conquistar o bicampeonato em 2011. Mas depois ficou sem condições financeiras, ficam sem patrocínio de órgãos públicos e a parte empresarial não se interessa. O dirigente do CSP, Josivaldo Alves, aponta que só voltará a ter um clássico tradicional quando os poderes públicos derem o mesmo tratamento a cada clube.
“Espero que o CSP possa voltar a formar grande times, como aconteceram em 2011 e 2012, quando no elenco contava com bons jogadores. Na época, o CSP jogava de igual para igual com todos os times paraibanos. Nos faltou recursos, pois perdemos importantes patrocínios. Mas espero que um dia, seja o CSP ou outros clubes possam formar um grande clássico na cidade”, afirmou o dirigente do Tigre.
“Acho que temos de fortalecer o clássico Botauto que é tradicional, histórico, que existe a muito tempo. Tenho certeza que com isso acontecendo, sem dúvida nenhuma, vai fazer que haja um crescimento da Capital. Só assim que podemos melhorar o futebol daqui”, disse o presidente do Botafogo-PB, Alexandre Cavalcanti.
O cronista esportivo, aposentando, Eudes Moacir Toscano que marcou época como narrador na Rádio Tabajara, acompanhando centenas de clássicos Botauto, acrescenta mais requisitos para o desmoronamento da rivalidade entre Botafogo e Auto Esporte, nos últimos anos.
“Um clássico vive de conquistas de títulos por parte dos dois times. Mas isso não tem acontecido com o Auto Esporte. O time do povo foi campeão, pela última vez, em 1992”.
Sistema Correio de Comunicação.
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