Há um famoso tango cantado por Nélson Gonçalves que termina com a afirmação do título.
Do mesmo modo, há uma música de Paulo Sérgio que, a certa altura, diz:
“Pois sou quem vai dizer
Eu não quero mais você (…)”
Daí eu não entender por que quando mostro tal construção na sala de aula o aluno afirmar:
“Nunca vi isso, professor!…”
Pode até haver quem argumente:
“Ah, professor… O jovem de hoje não conhece as músicas cantadas por Nélson Gonçalves ou Paulo Sérgio.”
Concordo.
Mas onde estão, então, os professores de Português de tais jovens? E para que lhes servem a gramática ou os livros didáticos que carregam sob os braços, ou na mochila?
Para dirimir, de vez, a dúvida, transcrevo ensinamentos do meu livro “A Língua no Bolso” (editora Alumnus/Leia – 3ª ed., 2016, pág. 47):
“PRONOMES RELATIVOS QUE / QUEM
Quando o sujeito da frase for o pronome relativo que, o verbo concordará com o antecedente do quê; quando o sujeito for quem, o verbo ficará na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Sou eu que pago a conta.
Somos nós que pagamos a conta.
Sou eu quem paga a conta.
Somos nós quem paga a conta”.
Portanto, querido leitor (a): ao chegar num bar ou restaurante com um grupo de amigos, se fizer questão de pagar a conta, afirme, categoricamente:
“Hoje quem paga sou eu.”.
A DICA DA SEMANA
Ainda da mesma obra de nossa autoria (pag. 48), retiramos a dica desta semana:
“NOMES PLURALIZADOS
A concordância correta é:
Havendo artigo, o verbo concorda com o artigo; não havendo, o verbo ficará no singular:
Os Estados Unidos destruíram a União Soviética.
Estados Unidos destruiu a União Soviética.
Os Estados Unidos são uma grande potência.
Estados Unidos é uma grande potência.
Entendemos que a regra se estende ao uso de abreviaturas:
Os EUA fazem parte ONU.
EUA faz parte da ONU”.
Até semana que vem!…
*João Trindade