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Jovem teria sido hostilizada por não tirar foto com prefeita

Uma estudante da Escola Municipal Manoel Antônio Coelho de Andrade, localizada no município de Algodão de Jandaíra, no Agreste da Paraíba, teria sido expulsa da banda marcial da instituição por se recusar a tirar foto com a prefeita da cidade. Quem denuncia é o pastor João Soares, pai da jovem, que relatou o caso em suas redes sociais e disse ver perseguição política na ocorrência.

No desabafo, o pai relata que a filha é muito tímida e afirma que, além dela, outra jovem foi expulsa por causa da mesma situação. “Foi a primeira vez que minha filha venceu a timidez e se interessou em participar do projeto. Ela se recusou a tirar uma foto com a prefeita durante a entrega dos instrumentos. E não foi apenas a minha filha que foi punida; outra jovem também foi banida por cometer o mesmo ‘crime’: recusar-se a tirar uma foto com uma autoridade da cidade. Eu não sabia que isso era crime”, relatou.

Ele contou ainda que foi chamado pela escola nessa quinta-feira (16), mas que o fato ocorreu na terça (14). “Foi uma decepção ser chamado à escola e encontrar minha filha aos prantos no meio da rua, dizendo que tinha sido expulsa pela diretora da instituição e pelo instrutor da banda, quando pensei que minha presença foi solicitada para resolver as questões da vestimenta para o 7 de setembro, onde a apresentação vai ser realizada”.

De acordo com o pastor João, outros alunos que estavam no ensaio disseram que o instrutor informou que elas foram expulsas da banda para ‘aprenderem a obedecê-lo’. “Em conversa com a diretora, ela nos alegou que foi um constrangimento para a prefeita o ato de recusa das meninas, e que isso teria repercutido de forma negativa. Eu não aceito isso. Elas não são obrigadas a nada”.

Ao Portal Correio, João Soares disse que vê perseguição política na atitude da diretora e do instrutor. “Na última eleição não ficamos ao lado da atual gestão e vejo que isso é uma perseguição. Eu não sei se a prefeita está sabendo, pois a procurei e não a encontrei, falei com a irmã dela e nada foi resolvido. Queria evitar chegar a esse ponto, não queria expor essa situação publicamente, mas não houve uma manifestação da outra parte envolvida”.

O pastor informou que prestou queixa no Conselho Tutelar da cidade e que entrará, ao lado da família da segunda vítima, com uma ação no Ministério Público contra os envolvidos no fato. “Eu como pai não posso me calar. Constrangimento ilegal é crime e está previsto no artigo 146 do Código Penal Brasileiro”.

Conselho Tutelar

Após a denúncia, a conselheira tutelar do Município informou ao Portal Correio que teve com a equipe na escola, mas que a gestora não se encontrava. A apuração do caso vai continuar nesta sexta-feira (17).

Outro lado

Em nota enviada à reportagem, a secretária da Educação de Algodão de Jandaíra, Valdinete Virgínio, alegou que a própria estudante teria dito que não queria mais tocar na banda. “Quando chegou a vez da filha do senhor João, essa [SIC] se recusou a receber o instrumento e ainda disse que não iria mais tocar, demonstrando total desrespeito à prefeita, bem como desinteresse em participar da banda”, diz o comunicado.

Valdinete Virgínio assegurou também que os pais da aluna foram chamados para conversar a respeito do ocorrido. “O pai chegou de forma bastante agressiva, ameaçando as organizadoras, caso a filha não tocasse na banda. Infelizmente, o pai da jovem já tem histórico de maus tratamentos com a prefeita e, mais uma vez, usou a filha para fazer denúncias caluniosas contra a gestão”, justificou a secretária.

“Só lamentamos o ocorrido. E caso o senhor João continue com as calúnias, irão ser tomadas medidas jurídicas acerca do caso”, concluiu a nota.

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