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Lagoa Seca recebe o primeiro sistema de aquaponia

Foto: Foto Thairony Alexandre – SERTA/Divulgação

O Centro de Formação Elizabeth João Teixeira, localizado no município de Lagoa Seca/PB, recebeu o primeiro sistema de aquaponia no meio aquático, construído por estudantes da formação em Agentes de Desenvolvimento Local – ADL, com ênfase no Clima. No local, também serão instaladas outras ecotecnologias.  A ideia é que o espaço seja laboratório vivo para as práticas dos estudantes, que já estão reaplicando algumas delas em suas propriedades rurais.

O sistema vem revolucionando a forma de produção de alimentos e independe das condições climáticas. Isto porque a aquaponia integra a produção de hortaliças, peixes, galinhas em um sistema cíclico com baixo uso de água e excelente produtividade. A média é que a cada 35 dias sejam colhidos 96 pés de alface, a cada três meses para abate de cinco galinhas (ou mais tempo para produção de ovos), 150 a 180 dias para pesca de 80 peixes, equivalente a aproximadamente 50kg. Toda área produtiva é interligada em um ambiente com 20m². Além desses alimentos, o sistema também é capaz de produzir humos, a partir do esterco das aves somado aos dejetos de matéria orgânica produzidos pelo sistema.

“Mais que um sistema que otimiza espaço para produção e o uso de energias, a aquaponia é uma ecotecnologia que traz na essência uma produção limpa, sem uso de agrotóxicos, comprometida com o meio ambiente, que proporciona a segurança alimentar e nutricional das famílias, e que estamos tornando possível o acesso democrático do conhecimento para que seja uma realidade na casa dos familiares dos jovens do Projeto, que convivem em lugares onde o acesso à água e à terra é escasso ou restrito”, disse Thiago Silva, coordenador do Projeto.

“É uma experiência nova que vai me levar a um patamar um pouco maior, porque eu vou passar esse conhecimento para minha comunidade e família. Como a gente mora no Semiárido, vamos ter uma economia de água, produzir alimentos e ter um recurso financeiro a mais”, conta o estudante de ADL Clima, Vandeilson Maciel, do Assentamento Che, município de Casserengue.

O Serta, instituição realizadora, atua a partir de uma aliança, composta pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável, Instituto Penha e Margarida, Coletivo Terra Viva, Centro de Capacitação Elizabeth e João Pedro Teixeira e pela Cooperativa de Serviço e Trabalho da Reforma Agrária da Paraíba. “Essa parceria existe justamente em função dos/das agricultores/as familiares que estão em suas propriedades, para que juntos possamos construir o conhecimento, diminuir o impacto no meio ambiente, no clima e ajudar no desenvolvimento econômico, social, ambiental e político dos territórios, tendo o/a jovem como protagonista”, considerou o educador Rildo Tomé, diretor do Serta.

“Existem invisibilidades no campo que são muito alheias aos jovens que vivem na cidade: a falta de oportunidade, o êxodo rural, a sucessão e permanência do campo são partes do cotidiano desses jovens que, em um determinado ponto, acabam tomando a decisão de migrar, por falta de oportunidade. E o projeto Innova investe na capacidade da juventude se reinventar, permanecer e tornar o lugar produtivo, tornando-os multiplicadores da experiência e, com isso, capacitando e envolvendo mais jovens”, afirmou o coordenador nacional do projeto INNOVA-AF, Rodolfo Daldegan, oficial de projetos do IICA.

O Projeto Juventude Innova, associado ao macroprojeto INNOVA AF, é realizado pelo SERTA com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA e Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – FIDA.

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