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Leto Viana articulou eleição de Vítor Hugo em Cabedelo

O Correio antecipou, na edição do dia 5 de abril, informação confirmada na denúncia entregue anteontem pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), através do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), ao Tribunal de Justiça da Paraíba, que diz respeito ao fato do prefeito afastado de Cabedelo ter comandado, de dentro da prisão, no 5º Batalhão da PM, no Valentina, na Capital, a continuidade do modelo administrativo por ele implantado desde 2012, através da eleição do sucessor interino.

Diz a denúncia que no dia 3 de abril, enquanto eram cumpridos 11 mandados de prisão, dois deles direcionados ao então prefeito Leto Viana e ao presidente da Câmara, Lúcio José do Nascimento, “parte do grupo político, cumprindo ordens de Leto, emanadas de dentro da prisão e recepcionadas por seu porta-voz, Fabrício Magno Marques de Melo Silva, planejava a continuação do modelo administrativo de gestão fraudulenta inaugurado em 2013, com a renúncia de Luceninha, com a nova composição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, quando prospectou aos indicados de Leto, a cadeira do chefe do Executivo ao vereador Vitor Hugo, seu amigo, e da presidência da Câmara à vereadora Geusa”.

Segundo a denúncia do MPPB, o que mais impressionou, no curso da Operação, “foi, sem dúvida alguma, a total falta de temor dos integrantes” da organização criminosa comandada pelo prefeito afastado e outros, “com a ação do Estado e a ausência de qualquer compromisso dos mesmos com o espírito público derivado de seus cargos”.

A denúncia diz, ainda, que, apesar do beneficiamento de Vitor Hugo, e da vereadora Geusa, por “uma determinação de Leto Viana emitida a partir do cárcere”, não há evidências de que os dois estejam seguindo “os mandamentos de Leto Viana após o ingresso nos cargos públicos”.  Os promotores  afirmam que no avançar das investigações pode ser que venha a surgir esses indícios.

O Prefeito em exercício de Cabedelo, Vítor Hugo, reitera que a reunião envolvendo suplentes e vereadores ocorrida em um restaurante após a deflagração da Operação Xeque Mate não fora organizada ou comandada por Leto Viana. A iniciativa partiu do próprio Vítor Hugo, que, preocupado com os rumos da cidade, sabia que precisava da união dos parlamentares cabedelenses. Assim como esclarecido para as autoridades competentes previamente, a participação de Fabrício Magno se limitou ao auxílio nos contatos dos suplentes. É importante lembrar que o próprio  Ministério Público afirma categoricamente que não há indícios de qualquer influência ou participação do prefeito afastado na atual gestão municipal. A exoneração de 487 servidores indicados por Leto Viana, incluindo a do próprio Fabrício Magno e a grande maioria dos secretários municipais, foi o primeiro ato de Vítor Hugo à frente da Prefeitura, reforçando a sua independência e autonomia que o presente momento exige, assim como o seu compromisso com a probidade na gestão da administração municipal.

Grupo pedirá impeachment

Um requerimento pedindo a instauração do processo de impeachment do prefeito afastado, Leto Viana, e do vice, Flávio de Oliveira, ambos do PRP, será protocolado hoje à noite, na Câmara Municipal, durante a sessão ordinária.

O pedido de autoria do PSOL é subscrito pelo PT, PSB, PCdoB e outras entidades que defendem a cassação dos mandatos dos gestores e a realização de novas eleições no município.

De acordo com o presidente do PSOL em Cabedelo, Marcos Patrício, a entrega do requerimento será feita por meio de uma grande mobilização popular, porque além dos representantes dos partidos e entidades que subscrevem o pedido, a população também foi convocada para o ato, que visa acabar com desmandos administrativos no município e punir os envolvidos com o impeachment.

* Adriana Rodrigues (Jornal Correio da Paraíba)

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