A morte de Marília Mendonça pegou a todos de surpresa e provocou uma onda de comoção em todo o Brasil. A cantora, que nos últimos anos se transformou no maior fenômeno do sertanejo e colocou as mulheres como protagonistas do gênero musical, morreu aos 26 anos, na sexta-feira (5), após a queda do avião em que estava, na serra de Caratinga, em Minas Gerais.
A princípio, segundo o R7, a assessoria da artista chegou a afirmar que ela havia sido resgatada e encaminhada a um hospital para a realização de exames. Horas depois, no entanto, a informação acabou não se confirmando. Por meio de comunicado oficial, a equipe da artista lamentou a partida precoce da eterna rainha da sofrência.
“Com imenso pesar, nós confirmamos a morte da cantora Marília Mendonça, de seu produtor Henrique Ribeiro, de seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, do piloto e do copiloto do avião, dos quais iremos preservar os nomes neste momento”, informou em nota.
O avião que levava Marília e mais quatro pessoas decolou de Goiânia com destino a Caratinga, em Minas Gerais, onde ela faria uma apresentação na noite dessa sexta-feira, e caiu em um local de difícil acesso, na Zona Rural de Piedade de Caratinga, a cerca de 300 km de Belo Horizonte e a apenas 2 km do aeroporto de Ubaporanga, onde deveria pousar.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender à ocorrência e constatou, no local, que todas as cinco pessoas haviam morrido. Os militares precisaram abrir a fuselagem para retirar as vítimas, que estavam presas às ferragens. Os corpos foram levados ao IML (Instituto Médico-Legal) do município de Caratinga.
O avião de matrícula PTONJ estava em situação regular e liberado para fazer táxi aéreo, segundo a Anac. A aeronave, do modelo C90A BEECH AIRCRAFT, foi fabricada em 1984 e tem capacidade para transportar até seis pessoas.
De acordo com relatório obtido pela reportagem do R7, o sistema de informações aeronáuticas do local de destino apontava a existência de torres de alta-tensão em montagem, oferecendo risco à aproximação.
O relatório, chamado Infotemp, afirmava que as torres que estavam sendo instaladas violavam o plano básico de zona de proteção do aeroporto de Ubaporanga. O relatório que aponta essa irregularidade foi divulgado pelo sistema nos dias 3 de julho e 13 de setembro.
Horas depois, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) confirmou que o avião atingiu um cabo de torre de distribuição de energia elétrica. “A Cemig informa que o avião bimotor que transportava a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas atingiu um cabo de uma torre de distribuição da companhia no município de Caratinga”, afirmou, em nota, a assessoria de imprensa da empresa.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autuou pelo menos três vezes a empresa PEC Táxi Aéreo, proprietária do avião que levava a cantora sertaneja, por carga horária excessiva da tripulação. Segundo uma das ocorrências, foi constatado que os funcionários trabalharam por até 18 horas seguidas.
A autuação ocorreu em janeiro deste ano e, na ocasião da fiscalização, ficou constatado que os aeronautas, categoria que envolve pilotos e copilotos, extrapolaram a jornada de trabalho em sete horas e 17 minutos.
O caso também chegou à Procuradoria da República em Goiás, que apontou outras falhas, como problemas nos para-brisas do avião.