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Uma denúncia feita pelo Núcleo de Justiça Animal da Universidade Federal da Paraíba (NEJA-UFPB) originou a investigação de um grupo de médicos veterinários peritos, sendo três deles da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e outro dos Estados Unidos, no Parque da Bica, em João Pessoa. O resultado do laudo apontou que grandes felinos do recinto sofrem maus-tratos. O caso foi encaminhado à Delegacia do Meio Ambiente da Paraíba.
Foram periciados sete animais: duas suçuaranas, duas jaguatiricas, uma leoa, uma onça-pintada e um gato-do-mato. Todos eles, segundo a investigação, tiveram os estímulos ambientais e os aspectos comportamentais classificados como inadequados.
O documento aponta que há erros na estrutura física dos recintos para acomodar os animais, bem como erros no manejo dos mesmos, caracterizando negligência dos profissionais envolvidos, entre eles biólogos, zootecnistas e médicos veterinário.
Ainda segundo o estudo, não foram apresentados os prontuários dos animais para o entendimento do histórico das doenças, e não estão sendo feitos exames de rotina para avaliação clínica. “O zoológico não possui um responsável técnico, pois ninguém estava disponível para análise no momento da perícia”, diz o laudo, declarando que esse ponto é gravíssimo.
A conclusão diz que as condições restritivas e inadequadas das estruturas físicas e manejos no geral fazem com que os animais estejam constantemente submetidos a uma situação de estresse, que afeta a sua higidez.
https://www.youtube.com/watch?v=LZWYSSmAx6A
Ao Portal Correio, a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de João Pessoa questionou a legitimidade do laudo e afirmou que continua sendo referência para diversos estudiosos no que se refere ao acolhimento de animais vítimas de maus-tratos.
A Semam ainda informou que está adotando medidas judiciais para que seja punida, com todo o rigor da lei, qualquer inverdade sobre tratamento que os funcionários e integrantes do Parque dedicam aos animais. “O Parque da Bica, amplamente acolhido pela população de João Pessoa, entende que merece mais respeito a sua história”, finaliza a nota.
No entanto, o coordenador do NEJA da UFPB, Francisco José Garcia, disse que a perícia é referenciada e tem aporte teórico. “Não tem o que contestar. A prefeitura não tem argumentos técnicos. O laudo é imparcial, foi feito por médicos e peritos legais e elaborado por determinação da delegacia”.
O exame foi realizado em maio do ano passado, mas o documento foi assinado e oficializado em novembro. A Delegacia de Meio Ambiente instaurou inquérito para apurar a denúncia na época, que já foi concluído e encaminhado à Justiça.
Lady foi transferida do Parque da Bica, em João Pessoa, em novembro do ano passado, após constatações de que o ambiente na capital paraibana não seria favorável ao bem-estar da elefanta.
Ela viajou por cinco dias para chegar ao Santuário de Elefantes do Brasil, onde recebe tratamento intensivo para uma doença que a acomete nas patas. Além disso, ela tem a companhia de outros elefantes que vivem no local.
A polêmica em torno da situação da elefanta foi levantada no dia 26 de julho de 2019 após perícia de médicos veterinários enviados pelo Ministério Público Federal (MPF) constatarem que o animal sofria maus-tratos e corria risco de morte.
A prefeitura rebateu, discordando dos resultados, e anunciou nova perícia para verificar a situação. Porém, dia 7 de agosto, a gestão municipal enviou texto à imprensa no qual escreveu que a elefanta deveria ser transferida para “um lugar mais adequado”.
Já familiarizada no Santuário, Lady interage com outros animais. Uma das “coleguinhas” dela era a elefanta Ramba, com quem Lady mantinha contato. Porém, em 28 de dezembro de 2019, o Santuário dos Elefantes informou que Ramba morreu após enfrentar problemas renais.
Lady tem 47 anos e estava recolhida na Bica, em João Pessoa, desde 2013, quando foi resgatada do Circo Europeu Internacional. Clique aqui e leia mais sobre a elefanta Lady.
Sistema Correio de Comunicação.
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