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‘Minha filha o chamava de vida’, diz sogra sobre suspeito

A mãe da jovem Natália Donato de Lima, que foi assassinada no início de agosto na Praia do Bessa, em João Pessoa, classificou como “psicopata” o genro, Vinícius Gabriel Ferreira Viana, de 24 anos, apontado pela Polícia Civil como autor do crime. Rosângela Donato concedeu entrevista exclusiva à TV Correio, na manhã desta terça-feira (18), poucas horas após a prisão do suspeito.

Rosângela contou como foi informada sobre as circunstâncias do crime. “O delegado [Reinaldo Nóbrega] me falou que ele [Vinícius] estava na água com Natália e deu um soco tão forte, tão violento, na cabeça dela, que causou um trauma. Ela desmaiou, a maré a levou e ele simplesmente saiu da água”, disse.

A mãe da vítima relatou ter ficado surpresa com a revelação de que o genro seria o responsável pelo assassinato. “Eu cheguei aqui nessa casa completamente traumatizada. Eu não estava acreditando no que eu ouvi”.

Segundo Rosângela, o suspeito nunca mostrou sinais de que era violento. “Quando eu soube da notícia, não me veio nenhuma passagem da nossa vida na cabeça porque ele só tratou bem a minha filha. Minha filha chamava ele de vida. E ele só chamava ela de meu amor“.

Rosângela ainda disse que, na noite do crime, Vinícius chegou a pedir permissão para levar Natália a um passeio. “Ele ainda disse assim para mim: olha, sogra, é coisa de uma horinha, uma horinha e meia“. Natália, segundo a mãe, estava animada para sair com o companheiro. “Eu vi a felicidade na minha filha”, recordou Rosângela.

Frieza

Apesar de não conseguir apontar episódios que depusessem contra Vinícius enquanto Natália era viva, Rosângela avaliou que o comportamento dele após se tornar viúvo se assemelha ao de um psicopata.

“Ele é frio. Vivia aqui dentro de casa rindo, dando gargalhada, como se nada tivesse acontecido. O tempo todo deitado, conversando pelo celular, jogando games. Não faz nem dois meses que minha filha morreu. O comportamento dele diante do que ele fez é de psicopata. Eu só posso ver dessa maneira”, analisou.

Rosângela Donato contou também que estranhou o fato de Vinícius ter vendido o celular de Natália rapidamente, logo após a morte dela. “Mas ele alegou defeito no aparelho”, disse.

Conduta misteriosa

Rosângela Donato morava com a filha, o genro e o neto, de três anos, filho apenas de Natália. Ela disse que era Vinícius quem arcava com todas as despesas da família, embora nunca tenha ficado claro com o que ele trabalhava.

“Vinícius falou, nada que a gente visse de fato, que ele tinha assinado um documento e estava voltando para a Marinha. Disse que tinha pedido baixa há um tempo, mas que estava voltando para o quartel. Nisso ele tinha algumas opções de transferência e a Paraíba era a que daria mais dinheiro”, relatou.

Investigações

De acordo com o delegado Reinaldo Nóbrega, responsável pelas investigações, o suspeito pode ter cometido o crime visando o recebimento de alta quantia financeira garantida por um seguro de vida no nome de Natália.

“Tem a questão do seguro, num valor considerável, de R$ 400 mil. A primeira indagação que fizemos foi: se ela tem uma mãe viva e um filho, por que eles não foram incluídos como beneficiários? Só o companheiro que era beneficiário. Além disso, a prova pericial também foi determinante porque mostrou que antes de morrer a vítima sofreu uma pancada na região da cabeça. A causa da morte foi asfixia por afogamento, mas tudo indica que ela foi agredida antes de morrer. Não tenho dúvida alguma que ele premeditou toda essa situação”, informou o delegado Reinaldo Nóbrega.

Exumação do corpo

Encontrado no início da manhã de 6 de agosto, o corpo de Natália foi exumado no dia 27, após uma denúncia anônima feita à Polícia Civil levantar a suspeita de que ela teria sido assassinada. Na época, Vinícius e Rosângela foram entrevistados pela TV Correio. O suspeito disse não entender o motivo da nova perícia e foi defendido pela sogra. “Estão tentando incriminar ele a todo custo. Ninguém aqui está devendo nada a ninguém. Se ele tivesse matado a minha filha, ele no mínimo ia fugir”, declarou Rosângela.

Entenda o caso

Natália Donato estava grávida quando foi encontrada morta na Praia do Bessa. A primeira informação recebida pelo Corpo de Bombeiros era de que ela tinha sumido no mar durante a madrugada. O companheiro, Vinícius, acionou a Polícia Militar e contou que os dois tomavam banho no mar quando a mulher foi arrastada pela maré.

Ao amanhecer, a PM voltou a ser acionada, desta vez por pessoas que caminhavam na praia. A informação era de que havia uma mulher morta à beira-mar. A polícia fez contato com o Corpo de Bombeiros, que foi ao local e confirmou que a vítima em questão tratava-se mulher desaparecida horas antes.

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