O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirmou, nesta quinta-feira (14), que o episódio envolvendo o atentado contra a Corte por um homem-bomba, na noite da última quarta-feira (13) em Brasília, não é um fato isolado.
O magistrado defendeu punição aos criminosos que atentam contra a democracia, como no caso de 8 de Janeiro de 2023, e argumentou que eventual impunidade vai gerar ainda mais agressividade. Segundo o ministro, o país precisa de pacificação, mas que será possível apenas com a punição dos golpistas. O ministro declarou, ainda, que o episódio possa ser o “atentado mais grave” contra o STF.
“O que aconteceu ontem não é um fato isolado do contexto. Queira Deus que seja um ato isolado, mas no contexto, é de um contexto que se iniciou lá atrás. Quando o gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal principalmente, a autonomia do Judiciário, contra os ministros e seus familiares… Isso foi se avolumando sobre o falso manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão”, iniciou Moraes.
“Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é crime. Isso foi se agigantando e resultou, a partir da tentativa de descrédito das instituições, no 8 de Janeiro de 2023… E é necessária a pacificação do país, mas só é possível com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe pacificação com anistia aos criminosos. Nós sabemos que o criminoso anistiado é um criminoso impune. E a impunidade vai gerar mais agressividade, como gerou ontem”, acrescentou.
As declarações foram dadas por Moraes em evento do Ministério Público. Na noite de quarta-feira (14), um carro explodiu no anexo 4 da Câmara dos Deputados. Segundos depois, um homem jogou um explosivo em frente ao STF. O segundo explosivo pegou nele próprio, o que ocasionou sua morte. Conforme apurou a reportagem, o homem é Francisco Wanderley Luiz, candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL em 2020.
Moraes assumiu a relatoria do inquérito que vai investigar as explosões na Praça dos Três Poderes. A segurança pessoal dos ministros do STF e da Suprema Corte foi reforçada. Na agenda com o MP, o magistrado afirmou que é necessária a união entre todos os órgãos em defesa da democracia. “E na responsabilização total de todos aqueles que atentarem contra, porque a impunidade daqueles que atentaram contra a democracia geram eventos como ontem… Antes se chamava de intervenção militar, agora é revolução. Então, as autoridades devem se unir para que haja responsabilização [dos culpados], a regulamentação das redes sociais. Não é possível mais esse envenenamento constante pelas redes sociais”, disse.
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