Morreu, nessa segunda-feira (13), a idosa de 68 anos que estava internada no Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa, com diagnóstico de raiva humana. Ela se infectou após ser mordida por uma raposa, no dia 8 de abril, na Zona Rural de Riacho dos Cavalos, Sertão do estado. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o óbito foi confirmado às 17h17.
A idosa teve a mão amputada durante a mordida. Inicialmente, ela foi socorrida para um hospital de Catolé do Rocha apresentando sintomas característicos da raiva humana, como dificuldade de deglutição, delírios, espasmos, desorientação e agitação psicomotora. Depois, transferida para a Capital, onde foi coletado material para o exame no Instituto Pasteur, laboratório de referência nacional, situado em São Paulo. O resultado positivo para raiva humana foi divulgado no dia 24 de junho.
Durante o tempo em que esteve internada no HU de João Pessoa, a idosa permaneceu sedada e entubada. Mesmo desacordada, ela apresentava movimento de membros, espasmos e desequilíbrio de funções involuntárias de coordenação.
Este foi o primeiro caso de raiva humana registrado na Paraíba nos últimos cinco anos.
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e é transmitida para os humanos pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura ou lambedura desses animais. O vírus ataca o sistema nervoso central.
“Trata-se de uma doença extremamente aguda e com letalidade de 99,9%. É importante que a população redobre os cuidados preventivos, principalmente no trato de cães e gatos domiciliados, semi-domiciliados e de rua, além de outros animais como bois, porcos e cavalos. É muito importante evitar ao máximo os acidentes com esses animais e animais silvestres”, alerta a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares.
No Brasil e no mundo, os cães ainda são considerados responsáveis por mais de 90% da exposição do homem ao vírus da raiva e por mortes em seres humanos pela doença.
“No caso de agressão por parte de algum animal, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Se for uma possível exposição ao vírus da raiva, é imprescindível a limpeza do ferimento com água corrente abundante e sabão ou outro detergente, em seguida antissépticos. A limpeza cuidadosa tem que ser feita o mais rápido possível após a agressão e repetida na unidade de saúde, independentemente do tempo transcorrido”, orienta o chefe do Núcleo de Zoonoses da Secretaria, Francisco de Assis Azevedo.
A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que, consequentemente, previne também a raiva humana. Deve-se sempre evitar se aproximar de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. A SES orienta, ainda, a nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.
Vacinas antirrábicas para animais são disponibilizadas nas 12 Gerências Regionais de Saúde da Paraíba. Já o soro antirrábico humano fica disponível apenas em unidades de referência. São elas: Hospital General Edson Ramalho, em João Pessoa; Hospital Regional de Trauma Dom Luiz Gonzaga, em Campina Grande; Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro, em Patos; e Hospital Regional de Cajazeiras.