O Ministério Público da Paraíba (MPPB) abriu procedimento investigatório para apurar as visitas que o prefeito afastado de Cabedelo, Leto Viana (PRP), e o presidente da Câmara de vereadores da cidade, Lúcio José (PRP), teriam recebido na carceragem onde estão após serem presos na Operação Xeque-Mate.
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Prefeito, vice e presidente da Câmara de Cabedelo são alvos da PF
Dentre as pessoas que constaram na relação de visitas, o nome do promotor aposentado de Cabedelo, Aluízio Cavalcante Bezerra, chamou a atenção do órgão.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público, o caso está sendo conduzido pelo promotor Octávio Paulo Neto, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
A reportagem do Portal Correio tentou entrar em contato com o promotor, mas não teve as ligações atendidas.
Relembre o caso
A Operação Xeque-Mate foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 3 de abril, quando foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 15 sequestros de imóveis e 36 de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba. Cerca de 200 policiais federais participaram da operação.
Foram presos na Operação Xeque-Mate: o prefeito Leto Viana; o presidente da Câmara Lúcio José; os vereadores Jacqueline Monteiro, esposa do prefeito, Tércio Dornelas, Júnior Datele e Antônio do Vale; uma prima de Leto, Leila Viana, que atua na Secretaria de Finanças do Município; Inaldo Figueiredo, da comissão que analisa imóveis que podem ser comprados pela prefeitura; Marcos Antônio Silva dos Santos; Gleuryston Vasconcelos Bezerra Filho; e Adeildo Bezerra Duarte.
Polícia Federal informou que investigações comprovaram a participação das principais autoridades públicas do município em esquema que teria os ajudado a conquistar patrimônios muito acima do condizente com suas rendas. “Somente na aquisição de imóveis nos últimos cinco anos, verificou-se que um agente político envolvido no esquema movimentou mais de R$ 10 milhões à margem do sistema financeiro oficial”, divulgou a PF.
Também foram detectados funcionários fantasmas da prefeitura e da Câmara Municipal que recebiam salários de até R$ 20.000 e entregavam a maior parte para as autoridades locais, ficando de fato com valores residuais. As investigações ainda constataram doações fraudulentas de imóveis do patrimônio público municipal, bem localizados e de alto valor, para empresários locais sem que houvesse critérios objetivos para a escolha do beneficiado.