O Mundial do game Dota 2, na China, vencido por uma equipe chinesa, pode ser o primeiro campeonato de e-sports do mundo a ser cancelado por causa de apostas esportiva.
Suspeitas indicam que a OG, equipe bicampeã – pela primeira vez na história da China – manipulou os resultados.
No final do Dota 2 The International 2019, o CEO da equipe Newbee, Tong “CU” Xin, afirmou que várias equipes chinesas estavam “roubando” seus jogadores e que a corrupção é comum em campeonatos de e-sports por causa dos sites de apostas.
A situação ficou mais complicada quando um jogador de outra equipe, a Vici Gaming, levantou suspeitas sobre um time rival, afirmando que houve contatos proibidos entre os jogadores e apostadores durante o torneio.
Segundo especialistas, nos últimos dois anos houve um boom de apostas esportivas relacionadas a jogos digitais, como Dota 2 betting, CS:GO, League of Legends, Fortnite, Overwatch e StarCraft – que hoje são considerados modalidades esportivas em todo o planeta.
Nos e-sports é comum que os jogadores troquem de equipes, mas em campeonatos se exige que as alterações sejam proibidas. No Mundial da China, a empresa responsável pelo game reuniu os jogadores antes do campeonato para esclarecer regras: entre elas, concordou com que cada jogador estabelecesse as próprias escolhas no mercado de transferências.
O mundo dos e-sports é repleto de polêmicas envolvendo a manipulação de resultados. Outro game com denúncias constantes é o CS:GO, por exemplo, outro jogo que está em alta no mercado.
O crescente interesse das pessoas nesses videogames criou rapidamente uma comunidade de videoespectadores, de torcedores e de fãs que fazem de tudo para estarem perto dos seus times favoritos e, entre eles, os apostadores – um público que já é comum em esportes como futebol e basquete.
“Esse tipo de aposta esportiva movimenta bilhões todos os anos nos Estados Unidos e na Europa. Portanto é normal, embora inaceitável, que haja uma grande máfia que busca manipular as equipes e os resultados desses jogos”, afirma Leo McCain, diretor de investigações de jogos de azar da polícia britânica ao jornal Telegraph.
“O desconforto causado nos bastidores do The International 2019 não será o último, certamente. É preciso que haja uma movimentação urgente das desenvolvedoras e das produtoras dos e-sports para tentar coibir esse tipo de prática”, completou.