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Novos modelos de trabalho e valorização profissional são temas do ‘pós-pandemia’ nos empregos

Líderes têm tido a missão não apenas de engajar equipes, fomentar a produtividade e fortalecer as empresas, mas, também, a missão de transformar a cultura organizacional
Currículo
Foto: Imagem ilustrativa/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Enquanto na América Latina, os líderes empresariais têm tido como maior preocupação os novos modelos de trabalho, os funcionários alertam para os principais fatores que os ajudam a serem mais produtivos.

Para mapear as tendências dos ambientes corporativos cada vez mais flexíveis e voláteis, a consultoria Mercer realizou uma pesquisa global onde ouviu quase 11 mil altos executivos, líderes de RH e funcionários para um raio-x de tendências.  

O mercado de trabalho e as empresas têm vivido uma nova era diante de fenômenos advindos da pandemia, como o trabalho remoto, as demissões voluntárias – conhecida como a Grande Resignação e, agora, o quietquitting – luta contra o excesso de trabalho.

Com isso, os líderes têm tido a missão não apenas de engajar equipes, fomentar a produtividade e fortalecer as empresas, mas, também, a missão de transformar a cultura organizacional para que as pessoas continuem aprendendo sem deixar de lado a busca pela melhoria dos resultados.

De acordo com o estudo, as preocupações empresariais são distintas pelos continentes. Na América Latina, a aplicação e a sustentabilidade dos novos modelos de trabalho tiram o sono dos executivos. Já na América do Norte, a preocupação fica a cargo dos riscos cibernéticos e segurança de dados, seguido pela resiliência dos negócios, na Ásia, e a aceleração digital na Europa.  

Na avaliação dos funcionários latino-americanos, são 10 os principais fatores que determinam o crescimento profissional:  

  1. Valorização: as pessoas querem se sentir valorizadas por suas contribuições. 
  2. Satisfação: todos querem ter um trabalho que o satisfaça. 
  3. Liberdade: há um desejo genuíno em inovar/experimentar. 
  4. Vida abundante: capacidade de integrar vida pessoal e profissional. 
  5. Autonomia: poder tomar decisões. 
  6. Propósito: ter orgulho da organização. 
  7. Visão: as pessoas querem que seus líderes definam uma direção clara. 
  8. Educação financeira: uma espécie de preparação para o futuro. 
  9. Liderança: um gestor que o defenda. 
  10. Pertencimento: o ser humano deseja sempre ter aquela sensação de pertencimento. 

Para o especialista em carreira, empreendedorismo e gestão empresarial, Paulo Junior, CEO da PJI Consulting, o estudo mostra a importância do propósito na vida das organizações e também das pessoas.

“Quando um profissional sabe o motivo pelo qual ele se levanta da cama pela manhã fica mais fácil entender o valor da sua contribuição na transformação do mundo. Isso não é diferente para as empresas que, neste novo cenário de maiores incertezas, devem também se transformar e dar sentido maior ao que fazem, não apenas dar lucro, mas dar propósito a esse lucro.   

Gênero, faixa etária, energia e burnout

Em um quadro comparativo, a pesquisa revelou também que em 2019, 74% dos funcionários se sentiam energizados, mas, em 2022, houve uma queda para 63%. Os homens (69%) estão mais energizados que as mulheres (57%).

Funcionários altamente energizados são mais propensos a trabalhar para uma empresa que ofereça bem-estar integral, lida bem com a complexidade organizacional e têm uma cultura inclusiva.    

Também em 2019, 63% dos trabalhadores sentiam correr risco de burnout. Percentual que cresceu em 2022. Hoje, 81% dos profissionais sentem esse risco. Os fatores que causam o burnout nos homens são a percepção da injustiça e a falta de uma rede de apoio. Para as mulheres, o burnout ocorre por causa da carga de trabalho e das demandas emocionais da pandemia.

Quem sofre maior risco de burnout são a geração Z (89%) e a geração Y (89%), sendo a geração X abaixo da média, em 78%, e os baby boomers significativamente mais abaixo, em 58%.

Nesse aspecto, Paulo Junior analisa que as pessoas entenderam a importância de se buscar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, integrando essas duas dimensões em uma vida mais abundante e com sentido mais claro.

“O problema é que muita gente ainda não sabe como equalizar isso, quais métodos usar e, ainda o mais importante, por que caminhar nesse rumo da transformação. Nesse sentido, as empresas que reforçarem uma cultura de aprendizagem contínua, além da cultura de resultados [baseada somente em desempenho], estarão ajudando as pessoas a se encontrarem na vida, levando-as a focar no que é verdadeiramente relevante”, explica.

O especialista acrescenta que “diante de um ambiente de incertezas, mais do que nunca, é preciso entender o seu propósito para enxergar as oportunidades em meio a tantas pressões da vida real. Somente assim um profissional atenderá seus próprios anseios, as expectativas da empresa e da sociedade”.

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