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Pesquisa da UFPB constata aumento da temperatura média do ar na Paraíba

Tendência de alta pode afetar produção de energia solar fotovoltaica no Estado
(Foto: Acervo/Jornal Correio da Paraíba)

Uma pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) constatou aumento da temperatura média do ar na Paraíba. A tendência de alta pode comprometer eficiência da produção de energia solar fotovoltaica no Estado, por provocar diminuição da tensão elétrica em painéis fotovoltaicos – equipamentos responsáveis pela captação e conversão da luz solar em eletricidade, reduzindo a geração de energia elétrica.

Segundo o estudo realizado pela pesquisadora Louise Pereira da Silva no âmbito do Programa de Pós-graduação em Energias Renováveis da UFPB, o aumento da temperatura média do ar na Paraíba foi de 1ºC nos últimos 30 anos. Hoje, é de 25,3 °C. Esse crescimento foi observado nas quatro regiões geográficas intermediárias do Estado (João Pessoa, Campina Grande, Patos e Sousa-Cajazeiras).

Nos municípios onde ficam as estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na Paraíba, locais de realização da pesquisa da UFPB, a elevação anual da temperatura média do ar foi a seguinte: João Pessoa (0,03 °C), Areia (0,02 °C), Campina Grande (0,02 °C), Monteiro (0,05°C), Patos (0,04 °C), São Gonçalo [distrito de Sousa] (0,06 °C).

Os dados climáticos históricos de irradiação solar e de temperatura média do ar dessas estações meteorológicas, instaladas nas últimas três décadas na Paraíba, foram o que permitiu a realização do estudo. De acordo com o Inmet, as estações meteorológicas têm o objetivo de monitorar e analisar a previsão do clima e do tempo no Estado. Ao todo, são seis convencionais e duas automáticas presentes em solo paraibano.

Das estações meteorológicas convencionais, uma fica em João Pessoa, no Litoral, três na região de Campina Grande, no Agreste, uma em Patos e outra em Sousa, no Sertão paraibano. Conforme a pesquisa da UFPB, atualmente, a temperatura média do ar é de 26,8 °C em João Pessoa, 22,5 °C em Areia, 23,3 °C em Campina Grande, 24,2 °C em Monteiro, 27,9 °C em Patos e de 26,8 °C em São Gonçalo [distrito de Sousa].

Produção abasteceria 152 mil residências

Balanço energético nacional lançado neste ano, tendo 2020 como referência, mostra que, no estado da Paraíba, a produção fotovoltaica foi de 365 GWh. Considerando um consumo médio mensal de 200 kWh, essa produção fotovoltaica atenderia aproximadamente a 152 mil residências durante um ano. No Estado, a produção de energia solar fotovoltaica corresponde a aproximadamente 24% da geração total.

“Nesta nossa avaliação dos dados climáticos históricos de irradiação solar e temperatura média do ar do estado da Paraíba e seu impacto na produção de energia fotovoltaica usando painel de silício monocristalino e policristalino, foi observado que houve redução na produção fotovoltaica em razão do aumento da temperatura média do ar”, afirma Louise Pereira da Silva, responsável pelo estudo, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Energias Renováveis da UFPB.

A pesquisadora ressalta que essa redução foi pequena, mas foi visto que existe e que o aumento da temperatura do ar vai piorar a eficiência do sistema. “A redução da produção fotovoltaica foi a mesma tanto no painel de silício monocristalino quanto no painel de silício policristalino. O estado da Paraíba tem um potencial elevado, considerando o alto índice de irradiação solar”, destaca Louise Pereira da Silva.

Tipos de painéis

Na atualidade, existem diversos tipos de painéis fotovoltaicos. Os de silício monocristalino e policristalino são dois deles. A principal diferença entre as tecnologias é o método utilizado na fundição dos cristais. Enquanto o monocristalino é feito a partir de um único cristal de silício ultrapuro fatiado em lâminas de silício individuais, transformadas em células fotovoltaicas, no policristalino, os cristais de silício são fundidos em um bloco, preservando a formação de múltiplos cristais

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