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Pesquisadora alerta para chegada de peixe venenoso e predador de corais ao litoral paraibano

Natural da Ásia, espécie alcançou o Oceano Atlântico a partir do Caribe e já foi vista em Fernando de Noronha e no Rio Grande do Norte
Peixe possui 18 espinhos venenosos e, nos humanos, toxinas causam dor, náuseas e inchaço (Foto: Divulgação)

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) divulgou, nesta quarta-feira (1º), um alerta para a chegada do peixe-leão ao litoral paraibano. A espécie, que é venenosa e predadora de recifes de corais, é natural da Ásia, mas alcançou o Oceano Atlântico a partir do Caribe. A professora e pesquisadora Ana Lúcia Vendel aponta possibilidade da chegada do peixe à costa da Paraíba ainda neste ano. Ela reivindica ações de conscientização para o correto manejo e promoção de iniciativas que visem o controle da população da espécie no litoral do estado.

Por se alimentar de outros peixes e invertebrados marinhos, além de não ter predador natural e causar prejuízos a biomas que já são foco de ações de preservação ambiental, a presença desse animal no Brasil tem causado preocupação em pesquisadores da área.

“É uma espécie exótica e muito perigosa, que chegou no Caribe há mais de 20 anos e o problema dele é que ele se desenvolve muito rápido, tem uma reprodução bem intensa. A fêmea pode produzir até 30 mil ovos, além de conseguir predar recife de coral, e impactar de uma forma absurda esses ambientes que já são foco de preservação. Se ele entrar no estuário então é ainda mais preocupante. Embora não haja ainda registros de localização do peixe-leão no Litoral paraibano, devido ao fator dessa espécie já ter sido avistada em Fernando de Noronha e no Rio Grande do Norte, acreditamos que é questão de pouco tempo para eles chegarem às nossas praias. Numa previsão otimista, em dezembro, no próximo verão, isso já será uma realidade”, alerta Ana Lúcia Vendel.

A pesquisadora é responsável pelo Laboratório de Peixes e Conservação Marinha da UEPB, possui doutorado em peixes estuarinos e desenvolve estudos sobre autoecologia de peixes e dinâmica da pesca no estuário. Ela destaca que nos locais em que foi localizada a contenção da espécie se faz apenas com a pesca do animal utilizando armadilhas.

A espécie

Originário do Indo-Pacífico que se espalhou pelo Caribe no início dos anos 2000, o peixe-leão é um predador agressivo, que vive próximo a recifes de coral e ataca suas presas. Agora ele ameaça ao menos 29 espécies de peixes brasileiros. Peçonhento, possui 18 espinhos venenosos, que injetam uma toxina neuromuscular que, nos seres humanos, pode causar dor intensa, náuseas e inchaço, mas não é letal.

Com cerca de 47cm de tamanho máximo, a espécie possui corpo listrado de branco, vermelho, laranja e marrom. Órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) têm empreendido esforços para orientar a população e quem vive da pesca sobre como identificar e agir em caso de localização do peixe-leão.

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