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PF intima Bolsonaro a depor em caso de empresários que teriam tramado golpe de Estado

Depoimento do ex-presidente está previsto para o dia 31; ele teria mandado mensagem pedindo a divulgação de fake news
Bolsonaro, Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Arquivo/PR)

A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento no inquérito sobre empresários que teriam tramado um golpe de Estado em mensagens de Whatsapp. O depoimento está previsto para o dia 31 deste mês.

Segundo o portal R7, a PF encontrou no celular do empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, uma mensagem que seria do ex-presidente incentivando a disseminação de fake news sobre o processo eleitoral.

A corporação encontrou a conversa com um contato identificado como “PR Bolsonaro 8”, que seria de um dos números do ex-presidente, no celular de Meyer Nigri, fundador da Tecnisa. O texto faz críticas ao sistema eleitoral e a um instituto de pesquisa. Ao fim da mensagem, aparece: “Repasse ao máximo”, destacado em caixa alta.

Na mensagem atribuída a Bolsonaro, o ex-presidente supostamente ataca a ação do ministro Luís Roberto Barroso de defender o processo eleitoral e diz que há “interferência”.
O empresário então responde: “Já repassei para vários grupos. Abraços de Veneza”.

A defesa de Nigri nega irregularidades. “Nós vamos aguardar o desenvolvimento das investigações. Nós temos absoluta certeza de que ele não praticou crime algum contra o Estado Democrático de Direito”, afirma o advogado do empresário, Alberto Toron.

“Ele recebeu uma ou outra mensagem do presidente da República, repassou para pouquíssimos grupos… Ele não tem Facebook, não tem Instagram, não tem nenhuma plataforma de disseminação em massa de notícias ou mensagens. Não é uma pessoa que tinha envolvimento com disseminação de fake news”, afirmou. O R7 entrou em contato com a defesa do ex-presidente, mas não obteve retorno.

Entenda

A mensagem foi encontrada durante a investigação da Polícia Federal sobre um suposto golpe de Estado arquitetato em um grupo de WhatsApp. O grupo investigado reunia empresários de diversas partes do país a pretexto de apoiar a reeleição do então presidente Bolsonaro.

Na última segunda-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes arquivou ação contra seis dos empresários, mas Meyer Nigri e Luciano Hang, da Havan, continuam sob investigação. Na decisão, Moraes considerou que “a investigação carece de elementos indiciários, restando a patente ausência de justa causa” contra os seis empresários.

A investigação começou em agosto do ano passado, depois da divulgação de prints de conversas do grupo de empresários. O R7 ainda não conseguiu contato com a defesa de Hang.

À época da divulgação das suspeitas, o empresário afirmou que não apoiava golpe de Estado. “Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu nunca, em momento algum, falei sobre golpe ou sobre STF [Supremo Tribunal Federal]”, disse Hang.

“Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político, prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros”, acrescentou.

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