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Poluição do ar ameaça florada de ipês em João Pessoa

O calor e a poluição podem ser a causa do atraso na floração de 2019 dos ipês amarelos em João Pessoa. No Parque da Lagoa, por exemplo, onde o gramado costuma se transformar num verdadeiro tapete amarelo no mês de dezembro, as flores não vieram. Só as espécies rosa e roxa, e poucos exemplares da amarela, floresceram até o momento. A expectativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Capital (Semam) é de que o amarelo floresça até fevereiro.

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“Alguns cientistas afirmam que a soma de fatores como o aquecimento global, calor demais, chuva de menos, poluição demais influenciam na fisiologia das árvores. Esse processo, segundo estudiosos, está ocorrendo muito por consequência da poluição”, explicou o engenheiro agrônomo Anderson Fontes, chefe da Divisão de Arborização e Reflorestamento da Semam.

Nas áreas da cidade mais poluídas por efeito dos gases dos veículos, conforme o especialista, a fisiologia das árvores adultas e velhinhas é alterada, causando algum atraso na floração. Alguns ipês amarelos, segundo ele, estão secando, os outros estão com folhas verdes.

“Quando eles secam é um indício de que vai haver a floração. A de todos os ipês começa em setembro, mas por incrível que pareça, aqui só o roxo e o rosa se encontram florando. O roxo está quase acabando. Temos alguns amarelos dentro das matas, mas estamos monitorando e esperando que tenha a floração de 2019 dentro de 2020”, acrescentou.

Anderson lembrou que, com a transformação do Parque da Lagoa, houve redução de veículos próximos às árvores, contribuindo para que elas florescessem sempre no mesmo ano. “O ipê amarelo é o mais comum, o que mais se destaca, a árvore principal da cidade e a que as pessoas mais gostam. O roxo e o rosa também são destaques. Os roxos vieram primeiro. Em todos eles, a poda foi feita e alguns amarelos já mostram que a qualquer momento podem florar”, completou.

Árvore tem 800 espécies

As diversas variedades de ipê recebem os respectivos nomes de acordo com as cores de suas flores ou madeira. Vale ressaltar que, de uma maneira geral, as bigoniáceas são distribuídas por 120 gêneros, com cerca de 800 espécies.

O ipê é uma árvore do gênero Tabebuia (antes Tecoma), pertencente à família das bignoniáceas, podendo ser encontrada em seu estado nativo por todo o Brasil. Há muitos séculos, o ipê – também chamado de pau-d’arco, no Norte – vem sendo apreciado tanto pela excelente qualidade de sua madeira, quanto por seus efeitos ornamentais, decorativos, e até medicinais.

Espécies mais comuns de Ipês
  1. Ipê-amarelo ou ipê comum (tecoma longiflora) – pode atingir 25 metros de altura, sendo bastante encontrado em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Goiás;
  2. Ipê-branco ou ipê-mandioca (tecoma Alba) – é encontrado nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná;
  3. Ipê-tabaco (tecoma insignis) – a árvore é mais baixa que as demais, porém apresenta uma ramagem abundante;
  4. Ipê-contra-a-sarna (tecoma impetiginosa);
  5. Ipê-roxo ou ipê-rosa (tecoma heptaphylla) – é encontrado desde o Piauí até Minas Gerais, São Paulo e Goiás;
  6. Ipê-do-brejo (tecoma umbellata) – é mais comum nos alagados e mangues dos rios de Minas Gerais e São Paulo.

* Lucilene Meireles, do Jornal CORREIO

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