O prefeito de Camalaú (PB), Alecsandro Bezerra dos Santos (PSDB), mais conhecido como Sandro Moco, foi solto após pagar fiança de R$ 14 mil nesta sexta-feira (14). Ele foi afastado do cargo na Operação Rent a Car, que apura fraudes em licitações, desvios de recursos públicos e falsidade documental. De acordo com o Ministério Público da Paraíba (MPPB), o prejuízo causado pelo esquema investigado é superior a R$ 314 mil.
Sandro foi ouvido na delegacia de Polícia Civil em Monteiro, no Cariri do estado. O delegado Paulo Ênio Rabelo confirmou ao Portal Correio que ele foi autuado por posse ilegal de arma e liberado após pagar uma fiança em torno de R$ 14 mil, para responder o processo em liberdade.
Segundo o delegado, durante as buscas na investigação, foi constatado que Sandro portava uma arma e sete munições intactas, que teriam sido adquiridas de forma ilegal em Monteiro por R$ 2 mil. O delegado informou ainda que Sandro falou em depoimento que estava recebendo ameaças e por isso teria comprado a arma. O material foi apreendido pela Polícia Civil.
Depois de sair da prisão, ele fez uma postagem nas redes sociais, comemorando com apoiadores, ignorando a pandemia e com aglomeração de pessoas. Além desse caso, Sandro continua sendo investigado pelo Ministério Público na operação.
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Segundo o MPPB, as investigações da Operação Rent a Car concluíram que verbas públicas eram desviadas após emissão de documentos falsos e locações fraudulentas de uma caminhonete e um caminhão. Os veículos seriam do próprio prefeito, mas registrado em nome de “laranjas”.
De acordo com a apuração, desde o início da gestão do atual prefeito, em 2017, os veículos são sistematicamente locados ao município de Camalaú, após prévio direcionamento de processos de licitação, especialmente modelados para tal finalidade.
“A caminhonete foi adquirida 0 km, junto à uma concessionária de Caruaru-PE em março de 2017, pelo valor de R$ 165 mil. Destes, R$ 110 mil foram pagos por meio de transferência bancária de conta titularizada pelo próprio prefeito. Em contrapartida, o município de Camalaú-PB já pagou, pelo menos, R$ 140,9 mil pelos contratos de locação. Assim, o gestor fazia gozo de seu veículo, enquanto que o município de Camalaú arcava com os custos da locação”, informou o MPPB.
Já o caminhão custou R$ 24 mil e a Prefeitura já arcou com R$ 166,4 mil pelos três anos de locação, segundo os autos do processo. “Registrou-se desvio de recursos públicos na aquisição de peças mecânicas direcionadas a um caminhão, com as mesmas características do veículo do chefe do Poder Executivo de Camalaú (não integrante da frota municipal de veículos), no valor de R$ 7.384,62”, divulgou o Ministério Público.
Conforme o MPPB, o prefeito Alecsandro Bezerra poderá responder pelos crimes de responsabilidade, falsidade documental e fraude em licitação.
O Portal Correio não conseguiu contato com a Prefeitura de Camalaú. A defesa do prefeito Alecsandro Bezerra pode entrar em contato com a redação pelo e-mail [email protected].