A greve de professores municipais de Campina Grande, decretada no dia 1º de fevereiro, foi classificada pelo prefeito Bruno Cunha Lima, como “descabida” e “meramente politiqueira”. Segundo ele, a própria sociedade também tem essa interpretação do movimento, iniciado por parte de alguns poucos educadores, levando-se em conta os prejuízos gerados para as crianças matriculadas na rede municipal de ensino.
Diante deste fato, pretende acionar o Ministério Público, nas áreas de Educação e de Trabalho, visando a adoção de medidas que coíbam este tipo de movimento, cuja meta é de apenas tentar gerar a desestabilização do governo, iniciado a menos de dois meses.
O prefeito explicou, nesta quarta-feira (10), durante entrevista, que a greve é descabida devido a vários aspectos: a começar pela permanente política de diálogo entre o governo e o Sindicato que representa a categoria (Sintab). Ele lembrou, inclusive, que pela primeira vez na história administrativa municipal, a Secretaria de Educação recebeu o Sintab em dois encontros em menos de 30 dias. “O diálogo tem sido aberto e franco”, garantiu Bruno Cunha Lima.
Bruno também lembrou que a greve foi decretada justamente na área de Educação que, em função da pandemia, já praticamente não funciona há quase um ano, numa clara demonstração de que ela tem um caráter puramente político. Ele também argumentou que os motivos da greve “são pleitos não atendidos ao longo dos últimos quinze anos, mas que agora alguns querem uma solução quase mágica, em apenas trinta dias de governo”.
Para Bruno, tal movimento é, ainda, uma demonstração de falta de sensibilidade, levando-se em conta a preocupação de gestores e da sociedade com o bom andamento da vacinação e da luta contra a pandemia do novo Coronavírus. Segundo ele, a greve não conta com a adesão da imensa maioria da rede municipal de ensino.
O prefeito confirmou que vai procurar o Ministério Público e também garantiu que o ano letivo está mantido e será iniciado de forma remota, além de serem garantidas medidas de segurança para alunos, professores e trabalhadores da educação.
O presidente do Sintab, Giovanni Freire, afirmou que a declaração do prefeito foi “um total desrespeito” e que o que ele diz não condiz com a realidade. “Quando ele diz que os profissionais estão a um ano sem trabalhar, é desconhecer a educação municipal pública. Um desrespeito aos profissionais da educação que trabalharam numa sobrecarga desumana, sem apoio psicológico, de material, de equipamentos, foi assim que esses profissionais chegaram ao fim do ano de 2020”.
Giovanni também afirmou que o Sintab “não tem nada a esconder, mas muito a apresentar” ao Ministério Público e citou que repartições públicas como o Tribunal de Justiça, a Câmara de Vereadores e o gabinete do prefeito estão sem atendimento presencial.
*Matéria atualizada às 18h51 para inclusão da resposta do presidente do Sintab