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Primeiro processo que Lampião aparece como réu será exposto e disponibilizado na internet

Documento com quase 1.400 páginas manuscritas era uma peça procurada há muito tempo por pesquisadores e historiadores do Cangaço Brasileiro
Lampião
Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião (Foto: Reprodução)

Um documento de aproximadamente 1.400 páginas manuscritas era uma peça procurada há muito tempo por pesquisadores e historiadores do Cangaço Brasileiro.

Trata-se do primeiro processo judicial no qual Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, aparece como réu. O documento foi entregue ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) por uma família de Triunfo, no Sertão pernambucano.

O processo judicial está em fase de limpeza e conservação. Será digitalizado e em breve estará à disposição no site do Memorial Digital, no Portal do TJPE. 

Acusado de matar coronel

O processo detalha a acusação de que Lampião e seu bando foram responsáveis por um homicídio que aconteceu em 20 de outubro de 1922, em São José do Belmonte, no Sertão pernambucano. 

No documento, o caso é narrado em detalhes. Cita a invasão da cidade e o massacre que deu fim à vida do industrial e coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz.

“É um resgate muito relevante, um fato histórico para a memória do Judiciário pernambucano. A morte do Luiz Gomes Ferraz, um líder político da época, mexeu com toda a cidade. É o primeiro processo que Lampião foi efetivamente condenado”, diz o desembargador Alexandre Assunção. 

Segundo ele, o TJPE planeja organizar uma exposição com o material jurídico sobre o Cangaço em Pernambuco, trazendo detalhes também sobre juízes e desembargadores que atuaram nos processos. Já existe no Memorial outro processo, no qual Lampião surge como testemunha de defesa de um dos seus irmãos.

“Esse processo judicial que acabamos de receber é bastante procurado por pesquisadores e historiadores, pois é considerado um marco na história do Cangaço, já que assinala o fim definitivo da Era Sinhô Pereira e o início da trajetória de Lampião como líder de um bando de cangaceiros no Nordeste brasileiro”, explica a historiadora Mônica Pádua, chefe do Memorial da Justiça de Pernambuco. 

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