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Projeto resgata autoestima de mulheres com mastectomia

Joana D’Arc Silva é uma piauiense de Teresina, onde nasceu em 28 de dezembro de 1962. Fez morada por mais de duas décadas no Ceará, viajou pelo país em aventuras e sempre registra em imagens por onde passa. Hoje é filha adotada da Paraíba, onde reside atualmente. Após uma experiência pessoal traumática, ela decidiu criar um projeto no qual são feitos ensaios fotográficos com mulheres que passaram por mastectomia, que consiste na remoção da mama em tratamento contra o câncer.

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O trabalho fotográfico dela tem muitas vertentes, mas admite que a preferência é sempre fotografar pessoas. Através de um trauma pessoal – Joana perdeu a mãe para o câncer de mama – ela decidiu procurar uma forma de ajudar as mulheres a lidar melhor com o processo de luta contra a doença. “Ver como a mastectomia mudou a vida da minha mãe pra pior, mexeu com todos ao redor dela. Ela sentia vergonha do corpo, tiramos todos os espelhos da casa. Era um verdadeiro tabu”, revela a fotógrafa. 

Fotos: Reprodução/Joana D’Arc Silva/Instagram

A própria Joana passou por um susto, quando exames apontaram um possível nódulo. “Cheguei muito perto de passar pela mesma experiência, mas dos males, o menor. Vi então, na fotografia, que amo, uma forma de tentar ajudar essas mulheres a lidar melhor com a doença e esse processo que deterioriza tanto a autoestima. Foi daí que criei o projeto Caimbé”.

O caimbé é um arbusto ou árvore de até 15 metros, da família das cecropiáceas, que ocorre na Amazônia. Possui madeira escura, de qualidade, resina amarelada, lactescente, com propriedades cicatrizantes, folhas obovadas, grossas, ásperas, flores em capítulos, e frutos de que se faz tinta pardo-escura”. Joana já morou na região Norte e conta que tudo fica cinza durante e após as queimadas, mas o Caimbé resiste. E pouco tempo depois refloresce, renova as folhas, dando vida e colorindo a paisagem com belas e delicadas flores.

“Dei a esse projeto o nome de Caimbé porque penso que a simbologia e significado do nome dessa planta representam a resistência de mulheres que fotografo, guerreiras do dia a dia acometidas pelo câncer de mama que têm parte dos corpos maltratados pelo tratamento agressivo a que são expostas”, conta Joana.

Fotos: Reprodução/Joana D’Arc Silva/Instagram

O projeto autoral, nas palavras de Joana, visa a promoção da autoestima dessas mulheres mastectomizadas, retratando força e coragem na luta contra o câncer e em busca da superação da doença e resgate do amor-próprio, além de chamar a atenção para importância da prevenção através de auto exame e de visitas regulares a um mastologista.

O resultado do trabalho pode ser acompanhado em exposição promovida pelo Coletivo Ser Mulher, com abertura neste domingo, na Estação Cabo Branco, em João Pessoa, às 16h, onde as fotos seguirão expostas por três meses. O portfólio fotográfico de Joana pode ser acompanhado, em parte, através Instagram @joanadarcpb.

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