Seja durante o verão ou no inverno, o uso de protetor solar é necessário. Mas a escolha do produto não é tão simples. Os efeitos nocivos da exposição ao sol sem a proteção adequada já são conhecidos, mas as siglas estampadas nas embalagens desse produto causam confusão na hora de escolher o mais indicado.
• Lei inclui protetor solar em itens da cesta básica
• Protetor deve ser usado até mesmo em dias nublados
Os termos UVA, UVB, FPS, PPD e FPUVA presentes nas embalagens de protetor solar, dizem muito sobre a sua eficácia e forma de utilização. A dermatologista do Hapvida em João Pessoa, Marília Aranha, esclarece e orienta que o primeiro item observado deve ser em relação ao Fator de Proteção Solar (FPS).
“O fator 30 é considerado o mínimo aceitável para uma proteção solar adequada contra o câncer de pele. Além disso, devemos ter atenção para qual tipo de pele o produto é indicado (oleosa, seca, mista, sensível) e se há algum componente na formulação que tenha alergia”, explica a dermatologista.
Os números presentes nas embalagens de protetor estão relacionados ao fator de proteção solar e indicam quantas vezes a mais a pele está protegida da radiação UVB em relação à pele sem o protetor. No mercado é possível encontrar o produto nas formas em gel, spray ou creme. Quanto a isso, a especialista esclarece que não há necessidade de se preocupar com a forma de aplicação, o indicado é atentar para cada tipo de pele.
No caso de bebês e crianças o produto recomendado são os que apresentam a denominação ‘infantil’ na embalagem. Porém, é preciso observar a indicação, que deve ser a partir dos seis meses de vida. “Antes dessa idade não se recomenda exposição solar, além do banho de sol de 10 ou 15 minutos indicado para estimular a vitamina D”, afirmou especialista.
De uma forma geral, Marília Aranha, alerta para a necessidade do uso contínuo do produto. “É necessário reaplicar o protetor solar a cada 2 horas, quando estiver em ambiente externo (com sol). Deve-se também reaplicar após sudorese, banho de mar ou piscina, uma vez que mesmo os mais resistentes saem parcial ou totalmente na água”, alerta.
Antes da exposição ao sol, a forma correta de usar o protetor solar é aplicar duas camadas do produto em todo o corpo. Já a quantidade correta é uma colher de chá para rosto, cabeça e pescoço; duas colheres de chá para frente e trás do torso; uma colher de chá para cada braço e duas colheres de chá para cada perna. E deve ser aplicado 15 minutos antes da exposição ao sol e reaplicado a cada duas horas enquanto se estiver exposto.
Um mesmo protetor solar pode ser usado no corpo e no rosto. No entanto, a médica explica que, a depender do tipo de pele e da presença de algumas doenças dermatológicas, é preciso diferenciar produtos para o rosto e para o corpo.
Já os lábios precisam de protetores solares adequados para o uso nesta região. Por se tratar de semi mucosa, os lábios apresentam uma maior absorção dos dermocosméticos e, portanto, não pode ser utilizado todo tipo de filtros solares.
A Paraíba terminou 2019 com cerca de 1.700 novos casos de câncer de pele, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Desse total, 60 do tipo melanoma e 1.640 não melanoma. Em todo o Brasil, foram 165.580 novos casos, sendo 85.170 homens e 80.410 mulheres.
A dermatologista reforçou a importância de usar o produto e relatou o que pode acontecer com quem se expõe ao sol sem proteção. “Quando uma pessoa se expõe ao sol sem proteção solar está sujeita à queimaduras, fotoenvelhecimento e câncer de pele. Os protetores solares não podem ser encarado como cosméticos de beleza, mas sim como uma medicação anti câncer”, enfatizou.
O problema pode começar a partir de manchas na pele. Ela explica o que difere as pintas ou manchas comuns que surgem e, algumas vezes, são indicativos de câncer.
“Em relação ao câncer do tipo melanoma o que o diferencia são as características. Geralmente é uma lesão irregular, que surgiu abruptamente, com bordas irregulares, possuindo mais de uma coloração, presença de sangramento, crescimento rápido e mudança de aspecto, todos esses são sinais de alerta”, afirma a especialista.
Segundo Marília Aranha, o guarda-sol também ajuda a proteger, assim como as roupas de proteção solar. No entanto, devido ao reflexo da radiação ultravioleta em vários tipos de superfície, como na areia, é necessário também aplicar o protetor solar, mesmo embaixo do guarda-sol.
A dermatologista também explicou o que significa cada sigla presente nas embalagens de protetor solar. UVA e UVB são tipos de radiações ultravioletas emitidas pelo sol; FPS é o Fator de Proteção Solar e significa quantas vezes a pele está mais protegida contra radiação UVB durante o uso do produto em comparação a pele sem o produto; já PPD ou FPUVA diz respeito à proteção específica contra radiação UVA.