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Relembre o escândalo que colocou a Cruz Vermelha sob suspeita

Talvez parte dos paraibanos esteja sem entender muito bem os motivos que levaram o governador João Azevêdo a decretar a intervenção em hospitais paraibanos que estão sob o comando da Cruz Vermelha, uma Organização Social que já se envolveu em vários escândalos no Brasil. Na Paraíba, as suspeitas de irregularidades surgiram no fim do ano passado quando a Operação Calvário explodiu e prendeu uma pessoa no estado.

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À época, ainda no governo de Ricardo Coutinho (PSB), não houve manifestação dos gestores no sentido de afastar a organização do comando dos hospitais de Trauma de João Pessoa, Metropolitano de Santa Rita e Geral de Mamanguape. Mas não foi por falta de denúncia que isso deixou de acontecer.

No dia 14 de dezembro o Portal Correio publicou uma reportagem com detalhes do inquérito que apura os supostos desvios de verbas da saúde em unidades geridas pela organização que também atua na Paraíba.

Na reportagem, feita com base nas investigações do Ministério Público Estadual, foi revelado como funcionava o grupo através de uma espécie de um organograma montado pelo próprio MPPB. Na pirâmide montada aparece no topo da cadeia das possíveis fraudes o empresário Daniel Gomes. Na Paraíba, conforme o organograma, quem comandava era a Secretaria Estadual de Administração.

Logo abaixo do comando administrativo estadual aparecia o  Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional (IPCEP), órgão contratado pelo Governo do Estado para fazer a seleção dos profissionais que se candidataram para atuar no Hospital Metropolitano dom José Maria Pires, em Santa Rita, e também responsável pela própria administração da unidade hospitalar, comandada por Luís Felipe Abreu (presidente) e Ellen Leite (diretora financeira). O IPCEP também administra o hospital de Mamanguape.

Roberto Calmon, preso na Paraíba, era um dos últimos no comando do esquema de desvio de dinheiro.

Entenda como foi a operação

A Operação Calvário, realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ-Gaecc) em parceria com o Ministério Público da Paraíba (MPPB-Gaeco) e o Ministério Público de Goiás (MPGO-Gaeco), cumpriu mandado de prisão em João Pessoa, como parte de uma investigação sobre desvios na filiada do Rio Grande do Sul da Cruz Vermelha.

Conforme apurado nas investigações, uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira era comandada pelo empresário Daniel Gomes da Silva, que já possui condenação criminal em primeira instância pelo crime de peculato, em razão de sua empresa ter sido contratada por valores superfaturados para o serviço de manutenção de ambulâncias à Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

Operando sob a denominação e o CNPJ destas entidades não governamentais, a organização criminosa comandada por Daniel obteve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão de reais em recursos públicos, para a gestão de unidades de saúde em outras unidades da Federação.

Ministério Público do Rio de Janeiro

Em resposta ao Portal Correio no dia da operação, o Ministério Público do Rio de Janeiro informou que além de lá, a prática criminosa da organização também foi detectada em operações no estado da Paraíba, com suspeita de beneficiamento a agentes públicos, e no Pará, na execução de projeto de recuperação ambiental em Barcarena com recursos da multinacional Hydro Alunorte.

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