O cantor e musicista Totonho lança concurso para escolher o roteiro do videoclipe da música ‘Tem Mais Igreja do que Supermercado’, em parceria com o cineasta e produtor cultural Carlos Dowling. Composta pelo músico em 2010, ela foi gravada em estúdio e integra o álbum Samba Luzia Preta, de 2018, o mais recente do artista. A iniciativa tem patrocínio da Lei Aldir Blanc Paraíba através do Edital Margarida Cardoso, para projetos de videoclipes e filmes de curta-metragem.
As inscrições para o concurso ficam abertas até o dia 6 de julho para qualquer pessoa interessada e maior de 18 anos. Quem tiver interesse deve enviar a proposta para o e-mail [email protected] tendo como assunto: TEM MAIS IGREJA DO QUE SUPERMERCADO: [Nome da/do concorrente].
No site oficial, estão divulgadas as informações sobre o modelo de roteiro e também acesso à letra da canção e à música gravada. A proposta vencedora será considerada para gravação do videoclipe e receberá prêmio em dinheiro no valor de R$ 500.
A ideia do concurso surgiu de conversas e dilemas sobre como produzir um videoclipe em tempos de pandemia, onde as condições se tornam mais difíceis por conta das medidas de distanciamento social para prevenir a proliferação da Covid-19.
“A ideia e propostas iniciais surgiram de Totonho, estávamos em impasses estratégicos de inventarmos soluções logísticas para produzir o videoclipe nesse contexto extraordinário da Pandemia e das restrições causadas pelos protocolos do isolamento social, e ele apresentou a ideia de convidarmos fãs dele e da banda para apresentarem ideias, que desde a fase de concepção mobilizarão através da faixa “Tem Mais Igreja do que Supermercado”, do último disco que lançamos já faz alguns tempos, Samba Luzia Gorda”, explicou Carlos Dowling.
Totonho destaca que a proposta não é apenas promover uma consultoria para agregar ideias, mas promover uma interação com a equipe do videoclipe, fazer parte do projeto.
“Gostaríamos que houvesse um melhor compartilhamento da obra, uma interatividade. Em tempos de crise a necessidade gera outras filosofias, outras políticas, levantes, buscas de alternativas. Então, nesse caso, ao invés de pensar um clipe, colocar ideias e contratar profissionais tendo como referência o álbum [Samba Luzia Gorda, em que a faixa está inserida], resolvemos nos antecipar no sentido de abrir uma interação com fãs, com o público que gosta da música, abrir para múltiplos olhares, e não só ajudar, mas interagir, entrar dentro do código de elaboração, dentro dessas referências da obra e do clipe”, detalhou o músico paraibano.
O compartilhamento de visões e perspectivas sobre a canção e o clipe são a tônica maior do concurso, uma forma de promover uma construção artística coletiva nos moldes do que Totonho, um artista independente oriunda da cultura popular, sempre defendeu.
“O clipe é um passo à frente no sistema de interatividade: bora mundiça! Bora pegar na alça no caixão, bora ressuscitar essa volta de fazer música, de fazer arte coletivamente!”, convida Totonho.