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‘Um caso peculiar’: saiba o que aconteceu no dia 7 de setembro de 1822 e a participação da Paraíba

Paraíba estava junto à Pernambuco na Revolução de 1817
Entrevista do historiador Taciano Correia, no programa Correio Debate (Foto: reprodução)

Foi no dia 7 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga, que Dom Pedro I proclamou o famoso grito “Independência ou Morte”. A partir desse dia, o país seguiu um novo rumo para o caminho da independência de Portugal, que na época era o colonizador. Essa é a história oficial conhecida.

O historiador paraibano Taciano Correia, lembra que esse fato foi “Um caso peculiar” ao desecrever a história da independência. “O Brasil foi a única colônia latinoamericana que adotou a monarquia como forma de Governo ao invés de uma república após a independência, além de ter sido governado por um estrangeiro e membro da família real da antiga metrópole”, relembra durante entrevista no programa Correio Debate, da rádio 98 Correio.

Além disso, Taciano afirma que a independência brasileira foi “relativa”, uma vez que foi liderada por uma elite “fundiária e conservadora”, já que as motivações eram comerciais. E mesmo após o “corte” nas relações entre Brasil e Portugal, houve poucas mudanças sociais.

A história

Tudo começa em 1808, com a invasão do imperador Napoleão em Portugal que obrigou a família real portuguesa a fugir para o Brasil, que na época era colônia. Após 13 anos, o monarca Dom João retorna a Portugal com parte da Corte e deixa seu filho mais velho, Dom Pedro I como Príncipe Regente do Brasil.

Com isso, o Brasil passou a ter mais autonomia, o que não agradou a corte portuguesa que fazia de tudo para controlar o poder do príncipe. “Dom Pedro teve que garantir a coroa sobre sua cabeça”, afirma Taciano ao avaliar o contexto histórico da época.

Em meio a esse cenário político, no dia 7 de setembro de 1822, às margens do Riacho Ipiranga, durante uma viagem por São Paulo em sua campanha de processo de independência, Dom Pedro recebeu uma carta informando sobre os decretos de Lisboa. O decreto afirmava que o príncipe deveria se submeter ao reino portguês, foi quando ele decidiu romper de vez os laços com Portugal.

O Grito do Ipiranga

Através da obra de Pedro Américo, “O Grito do Ipiranga”, foi uma pintura produzida 63 anos após a proclamação, e por isso não traz uma literalidade sobre o fato.

A Batalha de Friedland, pintura de Ernest Meissonier (1875)

Taciano Correia menciona que a obra do paraibano foi inspirada na pintura “A Batalha de Friedland” pintada pelo artista francês Ernest Meissonier entre 1861 e 1875. 

Ainda de acordo com o historiador, logo após a pintura desse quadro, Pedro Américo tinha escrito um livro em que mencionava que “em nome da nacionalidade ele sacrificou a geografia”, já que de fato, o Ipiranga não é um rio e sim um riacho. “A região em torno do riacho Ipiranga era plana, mas ele precisou colocar aquele monte para elevar o personagem”

A Paraíba em meio a independência 

Ainda de acordo com Taciano, durante esse cenário de independência, no período de 1817, a Paraíba estava junto à Pernambuco na Revolução de 1817. Essa revolução pernambucana era contra o aumento de impostos e contra a mudança do eixo político para o centro-sul, que atualmente é a região Sudeste.

Além de estar presente na Confederação do Equador em 1824, juntamente a Pernambuco, na luta de virar uma república. “O Brasil já era independente, mas eles não aceitavam uma independência onde o país virava uma monarquia governada pelo membro da família da antiga metrópole”, afirma.

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7 de SetembroParaíba
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