Os alimentos orgânicos constituem um universo de constante interesse para a humanidade. Seja pelo conhecimento popular trazido ao longo de séculos, seja pela produção científica, hoje sabemos que muitas plantas e frutos que trazem benefícios à nossa saúde, como o jatobá. Apesar de ser crescer e ser consumido em algumas regiões do Brasil, a fruta não é fácil de encontrar nos mercados, mas existe aqui no Nordeste.
Considerado uma Planta Alimentícia Não Convencional (Panc), trata-se de uma leguminosa típica do cerrado brasileiro, conhecida como jutaí ou jatobá do cerrado, tendo várias espécies e nome científico de Hymenaea. A nutricionista e Profa. Dra. KeythSulamitta conta que o vegetal é culturalmente consumido pela população por meio de infusões e decocções das folhas, raízes e frutos.
“E a casca do caule é usada para diversas finalidades terapêuticas, como: anemias, problemas renais, dores de garganta e doenças de vias respiratórias”, acrescentaKeyth, que é coordenadora da graduação emNutrição do Unipê.
Propriedades e benefícios
Keyth cita que há pesquisas in vitro que mostraram algumas propriedades interessantes quanto ao consumo do jatobá: é antioxidante, pois tem a capacidade de sequestrar os radicais livres; é anti-inflamatório devido ao isolado do ácido graxo linolênico (ácido essencial do Ômega 3); além de apresentar compostos fenólicos (anti-inflamatórios) que favoráveis efeitos terapêuticos.
“Estudos fitoquímicos evidenciam significativa presença de minerais, especialmente sódio, potássio e fósforo, assim como a presença de fibra bruta de vitamina C na polpa e semente. Também se observou a presença de óleos essenciais oleico e linoleico e substâncias bioativas abundantes, como o alfa-tocoferol (vitamina E) e betasitosterol (controla o cortisol, hormônio do estresse). Até mesmo a casca do caule pode ter propriedades funcionais”, diz.
Além desses benefícios, o jatobá fornece capacidade antiviral e antilarvicida, com estudos testando essas propriedades presentes na composição química da fruta.“Entretanto, o jatobá ainda é pouco elucidado na literatura, ocorrendo predominância para os estudos etnobotânicos, etnofarmacológicos e caracterização bioquímica do extrato das espécies. Poucas evidências científicas são apresentadas no que se refere a sua capacidade farmacológica, não sendo identificado estudos de intervenção em humanos”, frisa Keyth.
A nutricionista diz que outras pesquisas experimentais e in vitroressaltam propriedades gastroprotetoras do extrato da casca do caule e da polpa do fruto em ratos, além da capacidade antidiarreica, gastroprotetora e cicatrizante, efeito hipoglicemiante e efeito vasorrelaxante do extrato da casca do caule, o que pode auxiliar no controle da hipertensão arterial.
Quem pode e como consumir?
A polpa do jatobá tem cheiro forte característico, é farinácea e apresenta sabor adocicado. A casca, apesar de não ter comprovação científica em humanos, é usada para infusões, lembra Keyth. No entanto, pessoas com comorbidades podem comer a fruta.
Gente com diabetes, por exemplo, se beneficia de fibras, que é rica na polpa do jatobá, desde que se coma com moderação. Não há conhecimento de efeitos colaterais nem contraindicação. Para hipertensos, o chá pode beneficiar a reatividade vascular, algo sugerido em estudos experimentais.
Com isso, a nutricionista diz que pode ser consumido por infusões e decocções as folhas, raízes, frutos e casca do caule. “Além do uso da polpa nas preparações de bolos, massas e doces”, finaliza.
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