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Bolsonaro apresentou diferentes opções para suposto golpe, diz ex-comandante do Exército

Segundo Freire Gomes, ex-presidente sugeriu decretar estado de defesa, estado de sítio e Garantia da Lei da Ordem (GLO)
Freire Gomes ex-comandante do Exército
(Foto: Alan Santos/PR)

O ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes afirmou à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao menos três hipóteses para colocar em prática um suposto plano golpista após as eleições de 2022, como a decretação de estado de defesa, de estado de sítio e da operação da GLO (Garantia da Lei da Ordem). A informação é do portal R7, parceiro nacional do Portal Correio.

Freire Gomes foi contra a ideia do ex-presidente e ameaçou prendê-lo caso seguisse adiante com o intento. O R7 tenta contato com a defesa de Bolsonaro.

À PF, o ex-chefe do Exército disse ter participado de reuniões no Palácio da Alvorada depois das eleições de 2022 nas quais “o então presidente Jair Bolsonaro apresentou hipóteses de utilização de institutos jurídicos como GLO, estado de defesa e estado de sítio em relação ao processo eleitoral”.

De acordo com Freire Gomes, em uma das reuniões “o então presidente Jair Bolsonaro apresentou uma versão do documento com a decretação do estado de defesa e a criação da Comissão de Regularidade Eleitoral para ‘apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral'”.

O ex-comandante do Exército declarou à PF “que sempre deixou evidenciado ao então presidente da República Jair Bolsonaro que o Exército não participaria na implementação desses institutos jurídicos visando reverter o processo eleitoral”.

Nesta sexta-feira (15), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes retirou o sigilo dos depoimentos de militares e civis no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro.

O ex-presidente e outras 14 pessoas escolheram exercer o direito constitucional de ficar em silêncio durante o interrogatório conduzido pela Polícia Federal no último mês. As oitivas fazem parte do inquérito que investiga uma possível formação de organização criminosa para instigar um golpe de Estado no país em 2022.

A lista inclui figuras proeminentes, como o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto e o ex-ministro da Defesa e ex-comandante geral do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Ameaça de prisão

Em depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior afirmou que o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes ameaçou prender o ex-presidente Jair Bolsonaro caso ele não desistisse de levar adiante um plano golpista para seguir no poder em 2022.

Durante o interrogatório, Baptista Junior disse “que em uma das reuniões dos comandantes das Forças com o então Presidente da República, após o segundo turno das eleições, depois de o Presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição – GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio. O então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República”.

Freire Gomes também prestou depoimento à PF sobre o suposto plano de Bolsonaro e disse que “inclusive chegou a esclarecer ao então presidente da República Jair Bolsonaro que não haveria mais o que fazer em relação ao resultado das eleições e que qualquer atitude, conforme as propostas, poderia resultar na responsabilização penal do então presidente da República”.

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