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Caso Gefferson de Moura: Policiais acusados de matar empresário são interrogados pela Justiça

Depois da audiência, já poderá ser convocada a sessão do Tribunal do Júri, que irá julgar definitivamente os réus
Gefferson de Moura tinha 32 anos — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Os policiais acusados de assassinar o empresário Gefferson de Moura Gomes são interrogados pela justiça, na manhã desta segunda-feira (15), um ano e cinco meses após o crime. À TV Correio, o tio da vítima, o advogado Geraldo Quirino, contou que depois da audiência, que ocorre de forma remota, já poderá ser chamada a sessão do Tribunal do Júri, que irá julgar definitivamente os réus.

O empresário Gefferson de Moura Gomes, de 32 anos, foi assassinado a tiros no dia 16 de março de 2021, durante uma operação desastrosa das polícias Civil e Militar de Sergipe na cidade de Santa Luzia, Sertão paraibano. 

Gefferson de Moura viajava para Cajazeiras, onde iria cuidar do pai, que estava com Covid-19, e foi confundido com o suspeito que a polícia procurava. Os agentes de segurança envolvidos no crime alegaram que Gefferson estaria armado e teria reagido à abordagem, dando início a um tiroteio, mas a versão não se confirmou. 

As investigações apontaram que o alvo da operação, Luiz Henrique Cunha Carvalho, tinha “desavenças” com um dos policiais que participaram da execução do empresário paraibano. O corpo de Gefferson de Moura foi deixado pelos policiais em uma maca do lado de fora de um hospital em Santa Luzia. Em seguida, eles se apresentaram na delegacia da região e entregaram as armas.

No dia 20 de abril, o delegado Osvaldo Resende Neto, o agente da Polícia Civil José Alonso de Santana e o policial militar Gilvan Morais de Oliveira tornaram-se réus no processo. 

Para o Ministério Público da Paraíba, os réus agiram por motivo torpe, utilizando-se de meio cruel e sem dar chance de defesa a Gefferson de Moura. A denúncia ainda aponta que houve intenção de matar por parte dos policiais.

Conforme os autos do processo, o empresário foi abordado inicialmente pelo agente da Polícia Civil e pelo policial militar, que o confundiram com o alvo que procuravam, em função de algumas semelhanças físicas.

“Os dois policiais chamaram o delegado Osvaldo Neto, que posicionou-se ao lado da porta do condutor do veículo e, à queima-roupa, sem permitir qualquer possibilidade de defesa por parte da vítima, efetuou oito disparos de arma de fogo”, destacou o Ministério Público, que complementou: “Os elementos colhidos nos autos apontam que os denunciados se encontravam com o dolo específico de assassinar o alvo que procuravam. A intenção não era a de cumprir o mandado de prisão em aberto, mas executar o foragido”.

As investigações mostraram também que Osvaldo Resende Neto, José Alonso de Santana e Gilvan Morais de Oliveira tentaram ‘incriminar a vítima’, apresentando à delegacia uma pistola sob alegação de que a arma estava em posse de Gefferson de Moura, mas mais tarde foi constatado que o instrumento, na realidade, era registrado no nome de um policial sergipano. 

“O ato bárbaro foi provocado por motivo torpe consubstanciado em desavenças pretéritas existentes entre o denunciado Osvaldo e o verdadeiro alvo da operação”, cravou a denúncia.

Os acusados chegaram a ser presos, mas ganharam liberdade em novembro, após decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O primeiro a deixar a cadeia foi o delegado Osvaldo Resende Neto, no dia 23. Já José Alonso Santana e Gilvan Moraes de Oliveira tiveram seus pedidos de habeas corpus aceitos pela corte no dia 26.

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