O Sindicato dos Condutores e Empregados de Empresas de Transportes de Combustíveis e Produtos Perigosos Derivados de Petróleo no Estado da Paraíba (Sindconpetro-PB) informou que não deve encabeçar uma provável greve dos caminhoneiros em decorrência do aumento de 13% no valor do óleo diesel.
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Para o presidente do Sindiconpetro-PB, Emerson Galdino, existem grandes chances da paralisação acontecer, porém, o sindicato prestará apenas ‘apoio moral’. “Há uma grande possibilidade de acontecer essa greve, mas nós do sindicato estamos pra dar um apoio moral, não vamos tomar a frente mesmo. Vamos dar uma ‘seguradinha’ porque tem outras situações que estamos lutando”, revelou Galdino.
Apesar das ameaças de greve, o abastecimento nos portos da Capital segue normal. A Companhia Docas da Paraíba, que administra a atividade portuária no estado, confirmou que a chegada e saída de combustíveis dos portos não sofreu alterações.
Associação dos Caminhoneiros
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou uma nota no sábado (1º) informando que solicitou à Casa Civil uma audiência para tratar do referido aumento. A entidade acredita que, “independente do aumento do preço internacional, o Governo deve cumprir a Medida Provisória nº 838/2018 e manter a subvenção de R$ 0,46 do valor do diesel até o final do ano”.
Consumidores com medo
Em João Pessoa e Campina Grande os consumidores já começaram a sentir o aumento dos preços dos combustíveis. Na Capital, motoristas formaram grandes filas para abastecer os veículos temendo nova paralisação. O superintendente do Procon-JP, Helton Renê, confirmou que equipes do órgão estão nas ruas para avaliar os preços, e confirmou que deve haver um impacto nas cobranças.
Em Campina Grande, o Procon Municipal constatou um aumento de quase 30 centavos, conforme revelou o superintendente Rivaldo Rodrigues. “Há uma força tarefa com três equipes do Procon nas ruas, uma delas eu faço parte, e a gente está verificando preço do diesel, houve o anúncio de que o diesel que seria aumentado, na quarta ou quinta da última semana, apesar dos postos não terem recebido o combustível ainda alguns já teriam aumentado o valor de até 30 centavos, o que é uma grande diferença”, disse.
De onde vem o aumento?
Para compreender o aumento no preço dos combustíveis é necessário entender como é composto o valor final do óleo diesel. De acordo com a Petrobrás, o preço dos combustíveis é formado por 13% da distribuição e revenda, ou seja, o lucro dos donos de postos; 7% refere-se ao custo do bio-diesel ou etanol Anidro, que são produzidos no Brasil e acrescentados aos combustíveis; 15% vem do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte (ICMS); 10% relacionados a outros impostos, como CIDE, PIS/PASEP e COFINS; e por fim, 55% do valor dos combustíveis vem da realização da própria Petrobrás.
Apesar disso, o preço dos combustíveis segue um padrão internacional, de acordo com a Lei Federal 9.478/97 (Lei do Petróleo). Dessa forma, desde janeiro de 2002 as importações de óleo diesel foram liberadas e o preço passou a ser definido pelo próprio mercado. Por esse motivo, o preço dos combustíveis fica relacionado ao preço do dólar. A moeda americana sofreu uma alta nos últimos dias ultrapassando o valor de R$ 4, o que gerou um aumento de quase 13% no preço do óleo diesel.
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Tudo parou em maio
Na Paraíba, a greve dos caminhoneiros começou no dia 20 de maio e durou até o dia 30 do mesmo mês. Durante todo o período, rodovias federais e estradas estaduais foram interditadas e diversos serviços, como venda de gás de cozinha, supermercados e escolas tiveram que ser cancelados ou paralisados.
Além dos caminhoneiros, taxistas, motoristas de transportes escolares e a população também participou da manifestação.